segunda-feira, 19 de novembro de 2007

E a terra continua silenciosa

O "Diário de Notícias" de ontem alertava para o facto de nos últimos anos o betão ter feito desaparecer um terço dos terrenos agrícolas. Toda a gente já reparara nisto, mas não era politicamente correcto apontar o pecado: o batão e o alcatrão afogam a terra, que desaparece ou deixa de respirar.
Até a oposição tem dificuldades em falar deste assunto, se não meter o Turismo no meio. De facto, nenhum turista vem visitar um espaço dominado pelas vias rápidas e pela construção sem controlo nem respeito pelo ambiente, por mais baratas que sejam as viagens nesses "lau costes" patrocinadas novamente pelos impostos de todos nós, os que têm interesses nos negócios e os que nada ganham com esse turismo baratinho. Mas até aqui todos vão pelo discurso, agora... dar voz à terra incapaz de gritar só podia ser desespero de frustrados, de incapazes de aceitarem o desenvolvimento, de velhos do restelo, de pelintras, de tontos, de idiotas úteis, de malandros e dessa malta toda que é incapaz de ver o rumo para onde nos leva o Grande Líder com todos os seus guardas de livrinhos vermelhos na mão.

5 comentários:

amsf disse...

Não é só a terra que está ser sacrificada. O Vinho Madeira que é um símbolo da Madeira também está em risco pois as castas que o enobreceram estão a desaparecer e a serem substituidas pela Tinta negra mole. A experiência, certas técnicas e algum vinho em reserva nas grandes adegas vão dando para manter as aparências no entanto mais tarde ou mais cedo os especialistas vão se aperceber de que lhes estão a vender gato por lebre.

Anónimo disse...

SILENCIO do DN?

Também quanto à tão proipalada assembleia municipal do PS. Um pequeno trecho no interior, nada na 1ª página.
Grande Ps-M!

Anónimo disse...

O Expresso publica hoje um cartoon sobre o caso dos autarcas madeirenses condenados por irregularidades fiscais: Ver cartoon

amsf disse...

Um pequeno grande esclarecimento ao Rodrigo.

Na Madeira não houve autarcas condenados por irregularidades fiscais mas apenas por não terem entregue a declaração de interesses.

Curiosamente, as declarações entregues não servem para nada. Ninguêm as investiga para ver se correspondem à verdade e no fim do mandato os detentores de cargos políticos não são confrontados com o eventual aumento inexplicável de património.
A importância das referidas "declarações de interesses" estaria no facto de serem verdadeiras e de permitirem detectar um súbito e inexplicável enriquecimento.

Um advogado normalmente declara que o é e que tem sociedade em determinada firma de advogados mas não declara quem são os seus clientes. Só com estes elementos é que seria possível saber se a sua actividade legislativa não vem de encontro aos interesses de determinadas empresas que por acaso são clientes do seu escritório. Algures, num arquivo, haverá toneladas de papel que pouco revelam dos interesses dos nossos políticos!

Anónimo disse...

bom comeco