sábado, 28 de março de 2009

Bandeirinhas

Nas inaugurações do Presidente do Governo Regional apareciam umas bandeirinhas do PSD sem que o dito assumisse responsabilidades, naturalmente. O povo reagia com naturalidade: se o presidente inaugura com discurso partidário, atacando o Partido Socialista, as bandeirinhas laranjas faziam todo o sentido.
Há muitos anos que escrevi no "Diário de Notícias" uma crónica intitulada "A arte de bem inaugurar" que republicarei aqui um dia destes, onde digo dessa arte de preparar uma inauguração com gáudio e proveito.
Por agora, quero destacar as fotos de inaugurações que vejo repetidas nas capas do "JM", com muitas bandeirinhas azuis e amarelas.
Ainda não perceberam?

segunda-feira, 23 de março de 2009

42ª medida?

O Presidente do GR anunciou há dias 41 medidas para combater a crise.
Para além de medidas anunciadas mas ainda em elaboração legislativa e outras que são cópias das medidas do Governo da República, muitas já se encontram em vigor, avulsamente, sem que se vejam frutos.
Esqueceu-se provavelmente o Presidente do Governo Regional de anunciar a 42ª medida:
- acordar com os médicos um aumento de 10% em cada consulta privada, no valor de 5€ (1.ooo$ na moeda antiga)!

terça-feira, 17 de março de 2009

Lembro, cara amiga, lembro

"lembro, cara amiga, lembro" é um belo texto de Sancho Gomes, publicado no "Conspiração às 7".
Não conheço o autor, nem os seus colaboradores do blog que visito por causa de textos desta qualidade, para além do gosto musical que demonstram.
Há, na fórmula do "Conspiração às 7", arte e cultura que ultrapassam a mediocridade quotidiana.
Não considero que toda a boa cultura provém da esquerda, nem entendo que este lugar político seja o dono da sensibilidade, da justiça e do humanismo, mas, neste blog, desde o nome, passando pelos momentos de subversão e transgressão da vida organizadamente burguesa, mesmo que em subliminares suspiros saudosos, perpassam vozes que nada têm de direita, ainda mais se esta direita significa a boçalidade, a ignorância e o populismo fascista que todos conhecemos.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Regresso

Saúdo o regresso de Paulo Barata à Madeira, depois de ter cansado seus olhos dos verdes açorianos.
A sua presença começa a ser mais notada no "Farpas da Madeira", em sã concorrência e convivência com o "Tino", já que o Cláudio tem andado desaparecido deste combate.
O PS-Madeira contou sempre com a colaboração do Paulo Barata, mas a sua proximidade vem fortalecer o nosso projecto alternativo. Contamos com o Paulo Barata, porque a Madeira precisa de nós, PS-Madeira.

Respeito

O meu agradecimento pessoal em relação às palavras de Luís Filipe Malheiro no seu blogue "Ultraperiferias", acerca de mim e dos novos membros do Secretariado do PS-Madeira.
Sobre os novos membros do Secretariado, quero realçar que, além de Miguel Fonseca, no seu "Basta que sim", Luís Filipe Malheiro ter sido o único comentador a realçar positivamente a presença de pessoas novas em importantes cargos políticos, sinal de refrescamento de ideias, de inovação e de que ainda há quem acredite na bondade da política. Lastimo que certo jornalismo, limitado por vícios, não tenha sabido destacar o anti-carreirismo que esta lufada de ar fresco significa na política regional.
No que toca ao plano pessoal, relevo as palavras de Luís Filipe Malheiro acerca do respeito pela diferença de ideias. Essa é a minha forma de estar e por isso gosto tanto da liberdade e da democracia. Já nos bastaram os momentos de infância numa escola tão vizinha da PIDE, em que se relembrava, em cochichos, para nunca falarmos do que se dizia ou ouvia na casa de cada um. E já agora... uma recordação do nosso professor Pereira, que nos deve ter inculcado também este respeito e consideração pelos outros. Um abraço.

quarta-feira, 11 de março de 2009

"São Vicente ficará na história"

Li no "Diário Cidade" a pérola: " São Vicente ficará na história pelo facto de acolher a maior parte da telenovela "Flor do Mar", que está a ser rodada na Região. A afirmação é de Humberto Vasconcelos", para quem não saiba, figurante da referida novela e presidente da Câmara Municipal de São Vicente.
Afinal, São Vicente ficará na História ou na história (estória)?

segunda-feira, 9 de março de 2009

Mais um inimigo?

Vital Moreira, como constitucionalista, é:
a) inimigo da autonomia... separatista;
b) inimigo do totalitarismo;
c) inimigo dos anti-democratas;
d) inimigo dos fascistas.

terça-feira, 3 de março de 2009

Como um homem

Acagaçados de medo
recuamos agachados
recuamos agachados
recuamos

para o silêncio cobarde
nas desculpas da ausência
recuamos

mas não se calam as águas
não se calam as gaivotas
não se calam

os ventos, as ondas, o mar
sonoro, imenso e altivo
como um homem.

Não há machado que corte...

Alberto João Jardim foi apaniguado do Estado Novo, um regime de índole fascista que impedia a liberdade de expressão para proibir a crítica e a existência de Oposição organizada. Há ideologias que, de totalitárias, ultrapassam a pele e impregnam as pessoas, como uma mancha que alastra. Resulta daí idiossincrasia, personalidade.

O presidente do Governo, segundo "O Diário", oficiou câmaras e secretarias regionais para que levassem à barra da justiça os que, no seu entender, colocassem em causa o bom nome de pessoas e instituições, forma eufemística de dizer que se devia perseguir os adversários políticos que sejam verdadeiramente críticos e que denunciem sem possibilidade - porque não são polícias - de adquirir provas.

Manuel Freire cantava "Não há machado que corte/ a raiz ao pensamento". A ideia com que fico é que o ofício do presidente do Governo quer voltar ao tempo em que as ideias eram silenciadas e abrigadas apenas na mente.

O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais foi solícito a cumprir "his master voice": um processo a João Carlos Gouveia, a quem havia de ser?

À volta disto, um sepulcral silêncio; um silêncio medroso; um silêncio cagadinho de medo e alguns comentários em surdina: "para que é que ele fala? Não era melhor estar caladinho e apresentar propostas, fingindo que isto é uma democracia igual às outras?".

É sempre pelo medo, pelas ameaças, pelo medo é que vão...mas

"não há morte para o vento/não há morte" ou

Não à morte!