segunda-feira, 24 de março de 2008

Bandeiras

AJJ, conforme leio no DN de Lisboa de hoje, afirma que a vontade de ver a bandeira azul e amarela içada nos organismos tutelados pelos órgãos da República ´e "causa que os sociais-democratas não vão largar". Depois, fala da "necessária devolução das fortalezas de São Lourenço e do Pico e outros imóveis colonialmente ocupados".
Mais uma vez, nada por acaso: AJJ liga a bandeira azual e amarela à ideia anti-colonialista. Mais una vez, aí está o argumento implícito: se o Estado é colonialista, a bandeira azul e amarela é a bandeira da luta anti-colonial, por isso deve ser hasteada ao lado da bandeira portuguesa no Palácio de São Lourenço.
Guerra de bandeiras, como guerra dos hinos, é guerra simbólica. Isto de se falar em ocupação de imóveis pelo Estado Português significa entender Portugal como usurpador de um espaço. O Palácio de São Lourenço é de todos os portugueses como são meus o Mosteiro dos Jerónimos ou a Sé de Braga. Enquanto eu poder olhar para o Palácio de São Lourenço e para a Fortaleza do Pico vendo desfraldada a minha bandeira, sentirei orgulho no lugar onde vivo.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Mas que clube...

Mais uma vez, algumas palavras sobre um clube de jornalistas:
Na semana passada, o programa “Dossier de Imprensa”da RTP-Madeira debateu a entrevista de João Carlos Gouveia ao “Grande Plano”. Dos comentários, ficou patente, sobretudo, a execrável falta de respeito de António Jorge Pinto, ao falar de “aborto”. Os seus comentários biliosos e ofensivos deverão ter muito a ver com o facto de João Carlos Gouveia e o PS-Madeira ter colocado a corrupção na ordem do dia, afirmando que ela é estruturante do regime totalitário em que vivemos. Dadas as ligações ou simpatias políticas que Pinto tem com um presidente de Câmara alvo de inquéritos sobre legalidades de muitos procedimentos, é natural a inquietação mas imprópria a alegação.
Convém mesmo olhar bem para a falta de independência dos jornalistas do painel, para verificarmos como a entrevista de João Carlos Gouveia, reafirmando a necessidade de combater o regime, para bem compreender a jactância pretensiosa com que debitaram as suas análises:
- o pivot Roquelino é homem do regime, simpatizante convicto;
- o Marsílio Aguiar escreve no Jornal da Madeira, jornal do regime;
- o Ricardo Oliveira escreve num jornal pretensamente independente, que tem como executivo do Conselho de Gerência um simpatizante do regime e como director um homem que sempre alinhou ao lado da autonomia de pendor separatista;
- o Nicolau Fernandez é um simpatizante do Partido Comunista, logo alguém que vê o PS como adversário directo para que o PC mantenha o seu espaço eleitoral;
- o António Jorge Pinto é o que se sabe.
O que eles fizeram no programa foi defender o regime, branqueando-o. Mais um grupo de comentaristas do género dos que entendem que AJJ é “peculiar”, com um “estilo muito próprio”. De vez em quando alguns deles até dizem que há algumas insuficiências democráticas, e tal, mas sempre legitimando o totalitarismo. Por isso é que o regime é totalitário, por os jornalistas defenderem o “grande líder”, por repetirem a voz do “chefe”, a voz do “chefe”, a voz do “chefe”.
Depois, ao ironizarem com “a bandeira” ou com o “João Carlos Gouveia pensar que ainda vive no tempo da Flama, das bombas”, só mostram como são facciosos, pois João Carlos Gouveia vem afirmando bem alto que já não vivemos no tempo em que a independência é defendida pelas bombas, mas pela palavra. Exactamente pela palavra. A dificuldade interpretativa destes jornalistas não pode justificar a cegueira com que lidam com um poder que, obedecendo ao ideal separatista, vem conduzindo a Madeira para um beco cada vez mais estreito.
Com um jornalismo assim, estaríamos condenados a mais trinta de poder totalitário, se não se erguessem agora vozes que denunciam bem alto o lugar para onde nos querem conduzir.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Como cai ser agora?

Edite Estrela leva A.J.J à barra do tribunal acusando-o de difamação.


Aquando do processo contra João Carlos Gouveia, Guilherme Silva, advogado de AJJ, entendeu apenas por difamação o que era resultado de uma análise política. Agora já o ouvi afirmar que as afirmações de AJJ resultam do combate político. Coisas de advogado? Talvez seja, resta saber qual a decisão que terá o mesmo tribunal que condenou João Carlos Gouveia.
Vejamos como anda a Justiça. Apostemos.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Manifestação de professores

Os professores mostraram ao País que são um grupo social distinto. Não quero afirmar que são melhores que os outros, longe disso, mas revelaram que vivem a cidadania plena: reflectem, debatem, manifestam-se.
Aos que, invejando mesquinhamente funções, horários e vencimentos dos professores - e que usam o mau exemplo do seu professor x para esconder a sua falta de dedicação enquanto aluno - afirmam que os professores também TÊM de ser avaliados, alguém deve afirmar que o são já, na realidade, hoje, como ontem. Aceita-se que essa avaliação deveria ser melhorada, essa, como esta que a ministra propõe.
Os sindicatos também não têm andado bem nesta história. Misturam, na sua ruidosa contestação, avaliação, progressão, remuneração, gestão escolar, abaixos ministras e foras governos.
Não se entende a razão de terem ido 10 representantes do SPM até Lisboa. Para engrossarem as fileiras? Para que não fossem apenas 99.990? E onde andavam quando se promoveu uma manifestação junto à Jaime Moniz onde apareceram apenas seis contestatários?

quarta-feira, 5 de março de 2008

Recordando um prémio

O "Público" celebra hoje18 anos e recorda prémios, como o Grande Prémio Gazeta ganho em 1998 por Tolentino de Nóbrega. Republica parte de texto "Acidentes domésticos de um percurso", publicado em 17/03/98.
Não quero deixar de citar uma passagem: "A entrada de Alberto João Jardim na presidência do Governo Regional coincide com o fim da actividade bombista atribuída à Flama, movimento separatista que congregava sectores radicais da direita madeirense e alguns dirigentes do PSD e CDS. Os independentistas queixam-se de que não viram retribuída a preciosa ajuda na sua ascensão ao poder.
Membro do Conselho de Estado, Jardim confessou um dia ter perdido a vergonha. Não se referia, obviamente, aos seus folguedos carnavalescos, muito menos ao facto de uma vez, perante as câmaras fotográficas, ter envergado a camisola do movimento separatista FLAMA, com a inscrição "Madeira, minha pátria". No entanto, dos flamistas o governante adoptou a bandeira azul e amarela, para pavilhão da Região, fazendo substituir as quinas lusitanas pela Cruz de Cristo. A sugestão para a troca foi do bispo D. Francisco Santana, que em 1974 lhe oferece a direcção do diocesano "Jornal da Madeira" para a cruzada contra Lisboa.
Ao prelado, antigo capelão de Tenreiro, caberia substituir, como "padrinho" político, o tio Agostinho Cardoso, um prestigiado médico e figura máxima da ANP no arquipélago, onde dirigia o semanário do antigo regime, "Voz da Madeira", de que o sobrinho Alberto João foi redactor. O 25 de Abril impediria uma promissora carreira que, paradoxalmente, acabaria por acontecer, mas graças ao regime democrático".
Com a devida vénia.

Pagar ilhas

"Quem quer ter ilhas no Atlântico tem que pagá-las", disse Jaume Ramos na ALM. Mais uma afirmação de pendor separatista, pressupondo colonialismo nas relações entre o resto do País e a Madeira. Mais uma vez a triste figura de quem estende a mão! E os restantes deputados do PSD não têm vergonha, ou são todos iguais, ou seja, vão à mesma mão?

terça-feira, 4 de março de 2008

Poetas na Madeira

Há dias li que Maria Aurora entendia que havia muita mediocridade na Poesia que pelas nossas ilhas se vai escrevendo. Afirmou que só percebia qualidade literária na poesia de Carlos Fino e de Irene Lucília. Concordo com ela. A boa poesia de autores madeirenses faz-se lá por fora: Herberto Helder, Tolentino Mendonça, José Agostinho Baptista, José Laurindo Leal de Góis, Isabel Barcelos.
aqui morreu o Avelino Costa, Aqui faleceu o José António Gonçalves, aqui morreu o Avelino Costa, um poeta que ganhava maturidade literária.
Por aqui vai-se escrevendo uns versos. Concordo com Maria Aurora, mas a animadora cultural também tem algumas responsabilidades nestas capelinhas, onde basta cantar o amor que se sente junto ao mar, onde basta rimar Madeira com ... ladeira ou a Autonomia com ... a vida lixada da minha tia.