Os professores mostraram ao País que são um grupo social distinto. Não quero afirmar que são melhores que os outros, longe disso, mas revelaram que vivem a cidadania plena: reflectem, debatem, manifestam-se.
Aos que, invejando mesquinhamente funções, horários e vencimentos dos professores - e que usam o mau exemplo do seu professor x para esconder a sua falta de dedicação enquanto aluno - afirmam que os professores também TÊM de ser avaliados, alguém deve afirmar que o são já, na realidade, hoje, como ontem. Aceita-se que essa avaliação deveria ser melhorada, essa, como esta que a ministra propõe.
Os sindicatos também não têm andado bem nesta história. Misturam, na sua ruidosa contestação, avaliação, progressão, remuneração, gestão escolar, abaixos ministras e foras governos.
Não se entende a razão de terem ido 10 representantes do SPM até Lisboa. Para engrossarem as fileiras? Para que não fossem apenas 99.990? E onde andavam quando se promoveu uma manifestação junto à Jaime Moniz onde apareceram apenas seis contestatários?
6 comentários:
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11 de Março de 2008, 14:07
A Manif inoportuna
É uma pena o colega Agostinho Soares não conseguir entender a diferença entre a «Marcha da Indignação», uma iniciativa da FENPROF, Federação da qual o SPM é membro fundador, e o protesto promovido pelo Professor 69, junto ao Largo Jaime MoniZ.
Pelo que foi dito publicamente pela Coordenadora do SPM, a delegação madeirense era simbólica e integrava 4 elementos, sendo que um deles foi por iniciativa própria. Mais: participava na manifestação porque as políticas educativas do ME tinham repercussões na RAM como, aliás, se viu na elaboração do ECD da RAM e na mensagem de devolução do Representante da República para a Madeira.
A iniciativa do professor 69, na minha óptica, estava condenada ao insucesso por várias razões, que passo a apresentar:
1.ª - Ninguém leva a sério uma convocatória anónima e que inclua um número que tem conotação "brejeira" - 69;
2.ª - O local proposto não é apropriado para uma manifestação, porque não tem espaço suficiente e o alvo da contestação não era Jaime Moniz, quando muito Jorge Moreira... Seria preferível que a mesma fosse convocada para junto do Edifício do Governo Regional, onde está a SREC ou, então, junto à residência do Representante da República;
3.ª - O timing não era o apropriado, tendo em conta que somente a 25 de Fevereiro é que a classe docente madeirense começou a conhecer o ECD da RAM, aprovado sem audição parlamentar aos sindicatos, logo pouco conhecido, na sua versão final;
4.ª - A regulamentação de matérias polémicas como a avaliação do desempenho, a prova de candidatura ao 6.º escalão e o Período Probatório ainda não se iniciou, o que faz com que os docentes madeirenses continuem a acreditar que o tio Alberto ainda lhes pode dar uma ajudinha...
5.ª - No Continente, a contestação só saiu à rua com a dimensão que se viu no passado dia 8, decorrido que está mais do que um ano sobre a entrada em vigor do ECD do ME e depois de conhecidas as intenções governamentais ao nível da avaliação do desempenho docente e da autonomia e gestão das escolas;
6.ª - Na Madeira, somente quando os efeitos destas medidas se fizerem sentir de facto, ou seja, após ou durante a regulamentação do ECD, teremos condições para um protesto proporcional ao descontentamento existente na classe docente e que está em crescendo, a avaliar pela grande participação nos plenários sindicais promovidos pelo SPM.
Em suma, a iniciativa precipitada do Professor 69 não ajudou em nada a luta dos docentes madeirenses, antes prejudicou-a, devido ao destaque mediático que a mesma teve, já que passou a ideia de que apenas meia dúzia de "gatos-pinhados" é que está descontente com o ECD RAM, o que não é verdade. Portanto, espanta-me a ligeireza com que se analisa matérias tão complexas como esta, sobretudo, por parte de uma pessoa clarividente como costuma ser o professor Agostinho Soares, que também não esteve no Largo Jaime Moniz nem na Concentração junto à Assembleia Legislativa, onde ainda era possível pressionar a maioria parlamentar a alterar a sua proposta final de ECD RAM... Será que você critica o SPM apenas porque ele contesta as políticas educativqas do governo do seu partido, o PS?
Catita
Resumindo: na Madeira só garganta como não poderia deixar de ser!!!
o ps devia falar mais no insucesso objectivo da educação na madeira, apesar do dinheiro gasto.
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