O "Público" celebra hoje18 anos e recorda prémios, como o Grande Prémio Gazeta ganho em 1998 por Tolentino de Nóbrega. Republica parte de texto "Acidentes domésticos de um percurso", publicado em 17/03/98.
Não quero deixar de citar uma passagem: "A entrada de Alberto João Jardim na presidência do Governo Regional coincide com o fim da actividade bombista atribuída à Flama, movimento separatista que congregava sectores radicais da direita madeirense e alguns dirigentes do PSD e CDS. Os independentistas queixam-se de que não viram retribuída a preciosa ajuda na sua ascensão ao poder.
Membro do Conselho de Estado, Jardim confessou um dia ter perdido a vergonha. Não se referia, obviamente, aos seus folguedos carnavalescos, muito menos ao facto de uma vez, perante as câmaras fotográficas, ter envergado a camisola do movimento separatista FLAMA, com a inscrição "Madeira, minha pátria". No entanto, dos flamistas o governante adoptou a bandeira azul e amarela, para pavilhão da Região, fazendo substituir as quinas lusitanas pela Cruz de Cristo. A sugestão para a troca foi do bispo D. Francisco Santana, que em 1974 lhe oferece a direcção do diocesano "Jornal da Madeira" para a cruzada contra Lisboa.
Ao prelado, antigo capelão de Tenreiro, caberia substituir, como "padrinho" político, o tio Agostinho Cardoso, um prestigiado médico e figura máxima da ANP no arquipélago, onde dirigia o semanário do antigo regime, "Voz da Madeira", de que o sobrinho Alberto João foi redactor. O 25 de Abril impediria uma promissora carreira que, paradoxalmente, acabaria por acontecer, mas graças ao regime democrático".
Com a devida vénia.
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