quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A conta-gotas

A conta-gotas é como vão surgir notícias, comentários e entrevistas na comunicação social para minar a liderança de João Carlos Gouveia, todos sabemos.
Todos sabemos também da coragem e da força da convicção desta liderança, que quer um PS-Madeira preparado para mudar a Madeira. De facto, os Madeirenses precisam de nós.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Usque quando?

10.000 desempregados na Madeira! E a culpa continua a ser do Sócrates? Poupem-nos, que já fede.
Desde 2004 que o desemprego vem crescendo na Madeira, como consequência do fim das grandes obras. O Governo Regional nunca encontrou alternativas de emprego para os Madeirenses, além da construção civil. Mesmo na Hotelaria, mesmo com a abertura de novos hotéis, o que aconteceu? Empresas de fornecimento de mão-de-obra substituíram trabalhadores competentes e com muitos anos de bons serviços aos hotéis por trabalhadores indiferenciados e a prazo, com salários mais baixos e sempre descartáveis.
Quando em 2007 o PS-Madeira avançou com números reais em relação ao desemprego, ah que mentirosos, blá blá, blá... A culpa já era do Sócrates?
Agora, em 2009, quando a crise económica mundial também nos fustiga é que se começa a ver a realidade económica e social da nossa Região? E a culpa é do Sócrates? E o que tem dito o PS-Madeira, de 2007 até agora? Que o desemprego crescia, que a economia regional estava bloqueada por um sistema de interesses e que eram necessárias medidas que alterassem a via do precipício que se aproximava. Pediu o PS-Madeira que o Governo Regional governasse.
Mas o Governo Regional não governa. Não quer ser governo mas Partido, o Partido contra o Sócrates.
Mas se a Autonomia que possui não lhe serve para nada, ao contrário do que tem servido nos Açores, para que serve o Governo Regional? Para manter o Poder, para ganhar eleições, para manter o Poder.
Os Madeirenses não merecem mais, não merecem melhor?

Que novidade!!!

Roberto Almada, no seu blogue "Esquerda Revolucionária" parece espantar-se por ter encontrado na Wilkipédia a referência à ligação entre Alberto João Jardim e a FLAMA.
O que me espanta é o facto de essa relação o espantar. Um deputado deve ter o mínimo de conhecimentos sobre a história da sua terra, ou não? Não consigo entender o discurso de certas pessoas, que afirmam que a história não interessa ao povo, que é passado, que não interessa para a política. O que entendo dessas opiniões é que o melhor é fazer tábua-rasa de todo o conhecimento para que a mediocridade e a ignorãncia ganhem posições nas alas do oportunismo político despido de ideologia e de valores.
Naturalmente não incluo Roberto Almada nos alvos do período anterior, mas o seu percurso político justificava uma posição menos espantada, até porque o artigo da Wilkipédia leva nota da não-cientificidade, já que qualquer um o poderia ter colocado. Mas se quer saber mais sobre o assunto, leia o "Achas na Autonomia" de Luís Calisto, visão romantica de um herói pícaro, ou então pergunte a gente que conhece bem: Paulo Martins, Guida Vieira, Liberato Fernandes, Artur Andrade, entre tantos e tantos outros. Ouça-os.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Falta de respeito

Vejam quem está dentro do PS, afirmou António Jorge Pinto, apoucando.
Falta de respeito, pelo menos.
Nada mais vale dizer da qualidade argumentativa.

No PS grave...

No PS, gravíssimo, sintomático...
No PSD, coisa simples, pouca...
Normal.

Mais uma vez a velha rábula

Mais uma vez a história d´"O Velho, o Rapaz e o Burro" aplicada ao PS-Madeira pelos que nunca querem mudar o status quo.
Normal.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Limitação de mandatos

Honro-me de pertencer ao grupo de pessoas que na Madeira, antes de os partidos começarem a discutir o assunto, defenderam a limitação de mandatos. Éramos uma minoria, como acontece quase sempre que uma ideia começa a fazer caminho.
Não pensávamos na limitação específica dos mandatos da presidência do Governo Regional da Madeira. Defendemos essa limitação a partir dos cargos internos no Partido Socialista. Naturalmente, como a ideia vinha de um pequeno grupo de socialistas, e ainda por cima madeirenses, a comunicação social da nossa terra desvalorizou o assunto, até porque a proposta presente a um Congresso do PS-Madeira tinha como primeiro subscritor João Carlos Gouveia.
No fundo, não inventámos nada: já outras democracias continham normas limitativas da perenidade dos cargos. Os Romanos, durante a República, escolhiam dois cônsules para um ano apenas. Para além da limitação de mandatos a um ano apenas (sem as desculpas de que não há tempo para fazer nada), os cônsules eram dois, de dois partidos diferentes. Tudo com a finalidade de evitar o nepotismo e o clientelismo.
Agora, na Venezuela, Hugo Chávez venceu um referendo que lhe permite candidatar-se ad aeternum. Ouvi, na mesa eleitoral da Madeira, um luso-venezuelano dizer que assim seria como o Alberto João na Madeira, um único, um único. O entrevistador da RDP não lhe fez mais nenhuma pergunta, do tipo:
- Acha que é o mesmo? Este poder é anti-democrático?
Coisas do género...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Uma espécie de muleta

O Partido da Terra substituiu o seu deputado, mas Jaime Silva continua seguindo a saga do Isidoro, em esforço por justificar a governação do PSD-Madeira, que não pode ser perfeito em tudo e então de vez em quando há que fazer um alerta, não é?
Afinal não era só o Isidoro, é mesmo posicionamento político do PT. Volta a dizer que o PS (onde foi deputado, como o Isidoro, como o Ismael, e donde saiu após não ter sido eleito pelos motivos que todos deduzem) é o único partido na Madeira que é subserviente em relação ao Governo da República. Subserviente, este PS-Madeira? Não estará a analisar-se pessoal e anacronicamene o deputado?
O Governo da República não dá o que o PSD-Madeira pede? Pois não! E então já é contra a Madeira? E será o deputado Jaime Silva apoiante do PSD-M para se insurgir contra o PS? E serão os Madeirenses todos do PSD? Até quando se vai continuar a confundir os interesses do PSD com os da Madeira? Até quando vai continuar esta reles demagogia?
Já não deve faltar muito para que o PSD caia, a avaliar pela necessidade de muleta.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Um figurante

As personagens principais são aquelas à volta das quais a acção se desenrola, em mundo ficcionado. As personagens secundárias assumem uma função menor, ainda que sejam importantes para dar a ambiência, o espaço social, digamos. Estas são considerações óbvias, que todos sabem, da escolaridade obrigatória.
Sem ter conseguido impedir o esvaziamento do seu concelho e da vila vicentina em relação às dinâmicas económicas e sociais da Madeira, o presidente da Câmara de São Vicente tem assumido o seu papel de personagem secundária.
O edil especializou-se em organizador de festas onde o álcool é rei e ele próprio pode brincar madrugada dentro, chegando a dar novos nomes a largos, como "praça da poncha". Entretanto, fora da folia, São Vicente vai-se definhando e se tornando vila fantasma após as avé-marias.
Para mostrar serviço, o autarca vai tentando agradar às personagens principais do seu partido, assumindo posturas pseudamente regionalistas mas, de facto, mesquinhas como é o caso triste da recusa do hino nacional, em cerimónia concelhia.
Os meses vão passando e as eleições aproximam-se. Uma personagem secundária necessita de ganhar visibilidade, se anseia a manutenção do seu estatuto camarário. Precisa de escolher bem o seu papel. Que fez o edil? Escolheu tornar-se em protagonista? Pelo contrário.
O pseudo-regionalista, logo que viu uma embaixada de telenovela vinda de Lisboa, animou-se e deve ter pensado que chegara a hora de mostrar o que valia.
Os realizadores da telenovela precisavam de figurantes, de figuras que passam de um lado para outro, figuras que estão e se deixam estar no seu lugarzinho, calados, sem voz.
Se estava em São Vicente, normal seria que o realizador da novela pensasse em fazer uma festa, e se era festa a coisa animava, pois claro, contassem com ele.
Nas festas a sério, sai a procissão, com os senhores da terra andando a compasso, e o senhor presidente da Câmara passando com seu ar mais sério.
Festa é festa, mesmo que em novela, e o presidente da Câmara de São Vicente lá saiu na procissão a brincar, com seu ar mais sério, no seu pequeno, pequenino papel de figurante.
São Vicente não merecia isto: que o seu presidente de Cãmara não se desse ao respeito e desprestigiasse o seu cargo e a sua terra como figurante de telenovela em passo de procissão. São Vicente não vale mais?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Quotidiano

"Escucha, la vida se nos va y no hemos tenido ocasión de abrir la boca. De niños era diferente. Te acuerdas cuando cantábamos en el coro y el director, con ojos de odio, agudizaba el oído, intentando localizar al causante del desafinado? Una bofetada indicaba el fin de las investigaciones. Te confesaré que yo entonces abría la boca y no profería nota alguna por miedo. Ahora hago lo mismo."
Ibarria, Alonso, Histórias para Burgueses, Editorial Estampa, 1976

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Xenofobia e crise

De vez em quando, o líder do PSD-Madeira, que acumula e mistura funções com a presidência do Governo Regional, atira uma das suas bocas, que bastas vezes são desvalorizadas a título de afirmações "características", onde, acima de tudo, demonstra a sua dificuldade em viver num regime político democrático. Ao longo da sua vida política, que já vem de antes do 25 de Abril, bem aninhado na voz do fascismo, as suas tiradas preencheriam um pesado livro de pensamento anti-democrático, fascista e xenófobo.
O que mais arrepia nas suas afirmações é o tom ofensivo com que se dirige a quem não serve (em determinados momentos) os seus interesses.
Recentemente pediu aos empresários que dêm trabalho preferencialmente aos madeirenses em detrimento dos estrangeiros. Para além da xenofobia patente nas palavras e no tom não são desculpáveis, pior ainda se ditas pela boca do presidente do Governo de uma região marcada, ao longo da sua história, pela emigração. Pior ainda: hoje, os Madeirenses voltaram a necessitar de emigrar e não gostarão que, nos países de acolhimento, os recebam com as mesmas pedras fora da mão como cá se faz.
Portugueses regressam de Inglaterra, noticiam os jornais, devido a protestos de trabalhadores ingleses que também pensam como o líder do PSD-Madeira. Bonito, não?
Quando chegam os tempos difíceis, vem ao de cima a irracionalidade dos que não se educaram para a cidadania democrática, é dos livros.
Quando os dias correm na crise, surgem, à superfície as tendências dos fascistas: perseguição aos estrangeiros e incremento do conceito de raça ou povo superior. Falta um bigodinho ao centro.