terça-feira, 3 de março de 2009

Não há machado que corte...

Alberto João Jardim foi apaniguado do Estado Novo, um regime de índole fascista que impedia a liberdade de expressão para proibir a crítica e a existência de Oposição organizada. Há ideologias que, de totalitárias, ultrapassam a pele e impregnam as pessoas, como uma mancha que alastra. Resulta daí idiossincrasia, personalidade.

O presidente do Governo, segundo "O Diário", oficiou câmaras e secretarias regionais para que levassem à barra da justiça os que, no seu entender, colocassem em causa o bom nome de pessoas e instituições, forma eufemística de dizer que se devia perseguir os adversários políticos que sejam verdadeiramente críticos e que denunciem sem possibilidade - porque não são polícias - de adquirir provas.

Manuel Freire cantava "Não há machado que corte/ a raiz ao pensamento". A ideia com que fico é que o ofício do presidente do Governo quer voltar ao tempo em que as ideias eram silenciadas e abrigadas apenas na mente.

O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais foi solícito a cumprir "his master voice": um processo a João Carlos Gouveia, a quem havia de ser?

À volta disto, um sepulcral silêncio; um silêncio medroso; um silêncio cagadinho de medo e alguns comentários em surdina: "para que é que ele fala? Não era melhor estar caladinho e apresentar propostas, fingindo que isto é uma democracia igual às outras?".

É sempre pelo medo, pelas ameaças, pelo medo é que vão...mas

"não há morte para o vento/não há morte" ou

Não à morte!

1 comentário:

amsf disse...

Quanto a pseudo-processos judiciais desta índole o que há fazer é ignorar qualquer contacto/convocatória do sistema judicial!