quinta-feira, 19 de junho de 2008

Coligações

Alguns partidos, impedidos, devido à teia em que se enredaram durante trinta e tal anos, de crescer eleitoralmente pela conquista do eleitorado que vota PSD, vivem preocupados em conquistar eleitores no campo socialista. Legítima defesa da sobrevivência!
O BE soube, a nível nacional, defender propostas inovadoras, algumas delas fracturantes, que fizeram atrair a militância e o voto de muitos jovens contestatários do cinzentismo em que se tornou muitas vezes o centrão político.
Aqui na Madeira, porém, porque o BE pouco ou nada acrescentou à visão tradicionalista e cristalizada de uma esquerda marxista-leninista (ex-estalinista e ex-maoista) que cresceu no seio da FEC-ML e no convívio entre os seus filhotes PCP- R e UDP, porque as pessoas eram as mesmas, o voto de uma possível nova esquerda ficou guardado nas gavetas da abstenção.
A UDP (implicitamente o BE), porque acredita que todos os movimentos autonomistas têm carácter libertador; porque acredita que a autonomia regional resulta da vontade do povo, como classe revolucionária, nunca compreendeu realmente o carácter populista do PSD e das suas teses autonomistas.
O PSD-Madeira sabe-a toda, desde sempre. Tornou-se rapidamente no Partido do Povo, e melhor que tantos outros pelo mundo fora, porque compreendeu que só ligado à religião poderia crescer e perdurar nas almas populares. Só assim poderiam ser perdoados os pecados venais, mortais e capitais. Encabeçou um movimento de libertação também. Deu emprego a rodos ao seu povo: a paz, o pão, saúde, habitação. Estatizou a economia. Privilegiou os seus, os que tinham o cartão do Partido, numa aproximação ao tão querido sistema marxista-leninista do partido único, da ditadura do proletariado, a expressão controlada, os direitos chantageados, mais um Pravda e um Ezvetzia, e o aparelho do partido, a nomenklatura e as datchas.
O PSD-Madeira sabe-a toda, e a UDP (O BE) perdeu-se, falando às vezes de um regime que perseguia as pessoas e outras vezes como se vivêssemos numa democracia normal. Tantas e tantas horas vez coro com o PSD-M quando se tratou de atacar os socialistas, quando estes se encontravam no governo da República. Perdeu-se, ficando reduzida à caixinha de reclamações que levava aos que iam ficando à margem deste "processo revolucionário".
O PS-Madeira realizou, em Setembro último, uma convenção, na qual foi votada por larga maioria uma proposta, que não a Direcção, propondo a procura de soluções eleitorais que não desprezasse coligações que irmanassem opositores ao regime.
A Direcção do PS-M reuniu-se com todos os partidos da oposição ao PSD. Com nenhum se comprometeu, de facto, com coligações, mantendo portas abertas (excepto com o MPT, que não se apresenta como opositor) ao diálogo. Porém torna-se evidente que ninguém de bom senso pode unir-se a partidos que, após esses contactos, continuam a fazer do Partido Socialista o principal território de conquista eleitoral, como se realmente vivêssemos na Madeira uma democracia normal numa sociedade aberta.
O caso de Gaula é paradigmático e anda muita gente a fingir que não vê: o Filipe Sousa foi um bom autarca, sob a bandeira do PS-M e com todo o apoio deste partido, que tanto lhe deu para as suas acções junto dos gauleses. Porém, bons autarcas éxistem em todos os partidos, inclusivamente no PSD. Mas agora o que o Filipe Sousa não quer é combater mais o PSD, como é bom de ver no seu posicionamento e nos seus colaboradores. O PS-M só poderia fazer coligações com quem quiser assumir-se opositor a este regime e não como opositores ao Partido Socialista.
Continuará a UDP a não encontrar matéria de combate na actividade política do PSD-M e sua governação?

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu acho que JCG é um génio: vai ganhar todas as eleições! Especialmente aliado ao PND e amigos anónimos...

Anónimo disse...

Lisboa, 23 Jun (Lusa) - A Câmara Municipal de Lisboa discute quarta-feira a suspensão parcial do Plano Director Municipal (PDM) para a conclusão do projecto original do Centro Cultural de Belém (CCB), que inclui uma unidade hoteleira e equipamentos complementares.

A proposta do presidente António Costa (PS) supõe a "suspensão parcial, pelo prazo de dois anos prorrogável por mais um "de três artigos do PDM de acordo com uma resolução do conselho de ministros que "considerou justificar-se concluir o projecto original" do CCB.

Anónimo disse...

UHHHH...AHHHH....UI.....AHHHH
Tá boa, esta das coligações.
Para quem não sabe, admira-se!