sexta-feira, 13 de julho de 2007

João Carlos Gouveia

João Carlos Gouveia começa hoje a receber os votos dos militantes que o hão-de eleger já amanhã líder do PS-M, em eleição directa. Dizer da minha extrema satisfação e esperança é pouco para quem me conhece e sabe como tenho acompanhado de perto as suas lutas pela liberdade e pela democracia na Madeira, que passam obrigatoriamente pela transformação do PS-M. Há quem já o apelidasse de eterno derrotado, como se assim se pudesse catalogar quem partiu, com o NOVO PS, de um resultado de 13% na primeira candidatura interna, para quarenta e tal (sempre muitíssimo próximo da vitória) nos dois congressos seguintes. Apesar das referidas derrotas para a presidência do Partido, conseguiu algumas alterações aos estatutos do PS-M, como as eleições directas para a presidência (estas mesmas que agora lhe proporcionam a vitória) e o fim das inerências para o Congresso e órgãos internos. Estas duas conquistas no campo da organização partidária faziam parte de um conjunto de quatro propostas que acompanham o seu trajecto político deste a primeira hora. Ainda não conseguiu que o partido aceitasse a limitação de mandatos para todos os cargos de direcção, não só no plano dos órgãos de poder do Estado, como também no estrito plano dos órgãos partidários. Falta também que o partido aceite as eleições primárias internas para as listas às autarquias e aos parlamentos. Dos que se costumam tecer considerações sobre a sua personalidade política, ninguém ainda reconheceu que João Carlos Gouveia foi o primeiro político em Portugal a apresentar qualquer uma destas quatro ideias de organização partidária. Por outro lado, tem sido um verdadeiro opositor deste regime, traçando um quadro da sua implementação e estratégias de perpetuação. Tem denunciado como a Autonomia defendida pelo PSD-M tem desígnios separatistas, desde a sua origem.
A minha satisfação tem como principal fundamento o facto de que João Carlos Gouveia possui a leitura da situação regional com a qual me identifico absolutamente e tem a coragem de se assumir como opositor ao regime, e não como mero membro da oposição, mesmo que isso lhe venha criando imensos dissabores. A sua coragem é quase única, sem vacilações.
A minha esperança é que consiga, pela dinâmica que é capaz de criar, impedir que os do costume , os sem-ideais, mais interessados na manutenção dos seus pequenos lugares, sabotem a sua liderança.

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