sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Nota

Num comentário, AMSF desafia-me a transcrever a carta de J.B Côrte. A ideia é boa. Só não posso dar sequência hoje, por manifesta falta de tempo, sem com isto querer dizer que se levantam valores mais altos.

Já se estava à espera

Já se estava à espera. Avançam as segundas linhas do PPD para dizerem o que os mais responsáveis não podem afirmar tão claramente: "A Madeira está numa situação de "aperto" do governo da República portuguesa tal como estava o Kosovo em relação ao governo da República Sérvia". Esta afirmação é de Alberto Casimiro, nas páginas do diário do PPD mas que todos pagam.
O título deste artigo de opinião do simpatizante do ideal separatista é bem sintomático do que esta gente quer: " Um bilião para a Sérvia".
Como a UE aprovou um bilião para os kosovares, num arrozoado que mete, como sempre, um ataque contra Portugal, como se o engenheiro articulista já fosse de um outro lado qualquer, vai que não seria má ideia. Há muito que se percebeu que há gente cujo ideal se encontra na barriga.
O que nos vale é que nem todos os madeirenses são assim. São de facto uma minoria os que se deixam levar por quem dá mais, com um patriotismo de meretriz.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A Coerência do Partido da Terra

Eis o texto que deu origem à conferência de imprensa do PS, no passado sábado, sobre as bengalinhas da Direita:

O Partido da Terra não mereceria uma palavra do PS-Madeira se não fizesse dos socialistas madeirenses o alvo de todos os seus ataques políticos.

O Partido da Terra é um partido da área da Direita, o que só por si não representa mal nenhum. Porém o Partido Socialista enquadra-se na Esquerda Democrática, donde se infere que, do ponto de vista ideológico, estamos em campos opostos.

O Partido da Terra nunca teve existência na Madeira até que dois deputados, vindos do interior do PS-Madeira e desavindos com a Direcção partidária de então, decidiram candidatar-se por esse partido de Direita.

A passagem para o outro lado da política não espanta quem nunca esperou grandes gestos de dignidade desses senhores; não espanta quem se habituou a vê-los lutar internamente pelo poder; não espanta quem assistiu a guerrinhas em Câmara de Lobos por um desses senhores não dar lugar a outro militante, numa rotação alegadamente combinada.

Mas se esses senhores passaram para o outro lado, deixem-se ficar onde estão, sem fingirem angústias, que não sentem, sobre o estado do PS-Madeira ou sobre a sua prática política.

O PS-Madeira está recuperando da situação difícil que esses senhores ajudaram a criar. O mal que fizeram nada tem a ver com as eleições de Maio, mas com a sua actividade no interior do Partido Socialista.

Quanto às eleições de Maio do ano passado, estes senhores, agora abrigados no MPT, seguiram a mesma estratégia do PSD-Madeira: atacar o Partido Socialista e o Eng. José Sócrates, acusando-os de todos os males da Região. Usaram uma estratégia comum para obterem benefícios comuns. O MPT tornou-se, na campanha eleitoral e agora na Assembleia Legislativa da Madeira um aliado, uma verdadeira “bengala” do PSD.

MPT e PPD formam uma coligação que a ninguém espanta. O deputado do Partido da Terra tornou-se mais um a fazer coro contra o Governo da República. Tornou-se mais um preocupado em denegrir o PS-Madeira, já que o crescimento do Partido Socialista implica perigo efectivo para um poder que se impõe há 32 anos e se quer eternizar.

O deputado do MPT insurgiu-se agora contra a proposta do PS-Madeira do aumento do subsídio de insularidade para 15%. Procurou confundir os funcionários públicos, misturando propostas e votos de protesto. Esquece-se que esta Direcção do PS-Madeira é bem diferente daquelas a que o agora deputado da Direita pertenceu, as quais diziam “ámen” a tudo o que as lideranças nacionais impunham. Esquece-se que esta Direcção e o seu líder afirmaram bem alto que a Madeira não possuía condições sociais para que a Reforma da Administração Pública fosse imposta na Madeira. Em vez de tentar perceber os motivos pelos quais o Governo Regional não dotou a Região de mecanismos que permitam a Reforma da Administração Pública e de meios que permitam um crescimento económico que beneficie a generalidade dos madeirenses, o deputado do MPT faz como os seus colegas do PSD: volta-se contra a Oposição.

O Partido da Terra é um partido coerente. Na Assembleia da República, o seu deputado Luís Carloto Marques, eleito nas listas do PSD, defende a Direita e ataca o Partido Socialista. Na Assembleia Legislativa da Madeira, o seu deputado João Isidoro Gonçalves, eleito com o apoio do PSD, defende a Direita e ataca o Partido Socialista.

Embora reconheçamos os interesses que por aqui deixaram, por amor à coerência, chegou a hora de João Isidoro Gonçalves e os seus apaniguados se deixarem do choro dos crocodilos.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Madeira na UEFA?

Não.
Isto de querer agora que a Madeira participe como organismo próprio na UEFA é ideia de Miguel de Sousa. Ponto final.
Nenhuma boca destes senhores sai por acaso. Ponto final.
Por acaso esta ideia volta sempre quando se fala de independência. Por acaso.
Não é por acaso que se quer associar a autonomia da Madeira à da Catalunha.
Não é por acaso que se pretende irmanar ideais da Córsega aos da Madeira.
Nada é por acaso. Ponto final.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Discurso João Carlos Gouveia na Assembleia

Excelentíssimo Senhor Presidente
da Assembleia Legislativa da Madeira,
Senhoras e Senhores Deputados,


Os madeirenses não são um povo superior, nem, muito menos, medíocres, como alguém, com superiores responsabilidades na Região, quis fazer crer numa entrevista televisiva.

Os madeirenses são portugueses que vivem em duas ilhas, no meio do Oceano Atlântico, entre a terra exígua e a imensidade do mar, em relação aos quais, por tais circunstâncias adversas, podemos referir uma singularidade extrema, enquanto identidade sociológica.

Nas palavras de Miguel Torga, os madeirenses são ímpares. Segundo ele, há uma forma telúrica de os madeirenses viverem as suas próprias vidas, confrontados que estão permanentemente com o abismo que se faz entre as serras e o mar.

Se somos, desde sempre, marcados indelevelmente pelo oceano, é da terra abrupta que a seiva madrasta escorre, durante séculos e séculos da nossa existência, num acto simultâneo de desbravamento da ilha e da sementeira da injustiça.

E se temos uma paisagem natural belíssima, há uma outra, que foi crescendo com os homens, terrivelmente negra, sob a roda do tempo da História, expressa na fome, na pobreza, na ignorância e na servidão. Arroteámos a terra, é verdade, para sobrevivermos, mas arroteámos também a terra para robustecermos o chicote dos poderosos.

Esta é a nossa herança, a canga do nosso calvário para sermos homens e mulheres de corpo inteiro perante o abismo, não daquele que fala Miguel Torga, mas o abismo do “apartheid” social, que ganhou raízes desde os primórdios do povoamento.

Por mais que as nossas elites do passado longínquo estivessem abertas à inovação tecnológica, ao comércio internacional e à intercomunicação cultural com os outros povos, o peso anacrónico da organização social e económica vinculada aos princípios feudais conduziu-mos à submissão, à miséria e ao subdesenvolvimento.

Sempre uns poucos madeirenses escravizaram muitos madeirenses; sempre as instituições políticas locais estiveram ao serviço das minorias privilegiadas e cruéis; sempre uns poucos espoliaram e enganaram a grande maioria dos madeirenses; sempre os grupos económico-sociais exteriores, particularmente estrangeiros, dominaram as actividades mais rentáveis das duas ilhas.

Esta é a nossa História. Uma História que versa sobre a riqueza de uns quantos, gerada pelo suor de muitos; uma História que versa sobre a servidão de quase todos, perante os caprichos inconfessáveis dos senhores de ocasião.

Fizeram a diferença aqueles que sempre fugiram às amarras dos pequenos déspotas e que, no regresso, impuseram a sua condição de homens livres, perante os que sempre os espezinharam e os dominaram pela rédea curta da ignorância.

Sempre houve madeirenses que enganaram outros madeirenses; madeirenses que roubaram o pão a outros madeirenses. E sempre os que mais exploraram foram os que mais semearam a mentira e a ignorância. Só pela mentira e pela ignorância é que os parcos recursos de muitos poderiam ser distribuídos por tão poucos.

A nossa expressão popular “abrir os olhos” tem laivos de uma heroicidade rasteira, na complexidade da interacção social. Tanto assim que, para os poderosos das duas ilhas, mentir aos madeirenses sempre foi uma estratégia de poder.

Sempre foi assim na Madeira Feudal, na Madeira Mercantil, na Madeira Velha e na actual Madeira Nova: mentir, mentir, para melhor poder enganar; mentir, mentir, para melhor poder sugar os recursos de todos aqueles que vivem em duas ilhas, entre a terra exígua e a imensidade do mar, configurando-lhes, claro está, uma singularidade extrema, como referi anteriormente, perante a escassez dos recursos naturais e pela inqualificável estratificação social.

Numa terra tão pequena e de parcos recursos, com uma população tão numerosa, somos levados a nos questionar como é que, ao longo da História da Madeira, sempre um pequeno grupo social pôde chamar a si toda a riqueza gerada, perpetuando o domínio e a submissão de toda uma sociedade, sem que o poder centralizador do Estado em nada remediasse a desordem regional instalada, cerceasse as dinâmicas económicas regionais abjectas e travasse a implantação dos monopólios de umas quantas famílias estrangeiras.

Esta é a matriz histórica das gentes destas duas ilhas que constituem o Arquipélago da Madeira, por parte daqueles que, em cada momento histórico, dominaram e dominam os madeirenses: mentir e sugar. Mentir para melhor sugar; sugar para melhor mentir. Assim se perpetuaram o domínio e o poder de uns poucos sobre muitos.

Sempre o poder central foi indiferente a esta singularidade extrema de que vos falei. E quando os ventos do 25 Abril aqui aportaram, dias depois, devolvendo a esperança a todos e a cada um dos madeirenses, logo os poderosos das ilhas encontraram tranquilamente o seu corifeu, talhado à sua medida, sob o melhor traje salazarento.

Com um requinte de malvadez de fino porte, usurparam, num primeiro momento, uma visão iluminista de forma de governo para estas duas ilhas da tradição liberal de esquerda, a Autonomia, como contraponto aos ideais libertadores do 25 de Abril, para depois, num segundo momento, normalizada a ruptura histórica do país e instaurada a nova arquitectura jurídica-constitucional, onde estão consignados os princípios autonómicos, voltarem de novo a usurpar o modelo de democracia representativa, parlamentar e pluripartidária, fazendo, na prática, do regime autonómico actual um regime de partido único.

O ódio ao 25 de Abril foi (e é) tão grande que encetaram uma deriva nacionalista, de que hoje os madeirenses são as primeiras vítimas. Como poderiam os poderosos destas duas ilhas conviver com a Liberdade, a Democracia e a Justiça Social?

O suposto desenvolvimento económico e social destes últimos trinta anos seguiu o mesmo princípio: numa terra tão pequena e de parcos recursos, com uma população tão numerosa, um pequeno grupo social pode chamar a si toda a riqueza gerada, perpetuando o domínio e a submissão de toda a sociedade.

Tanto assim é que o nacionalismo madeirense dos novos senhores da Madeira e do Porto Santo obedece ao mesmo princípio de mentir para melhor sugar e de sugar para melhor mentir, para que se perpetue o domínio e o poder de uns poucos sobre muitos.

Por isso mesmo, o embuste monumental de transformar o PSD-Madeira num movimento nacionalista, confundindo propositadamente centralismo com colonialismo, conduziu-nos a esta grave crise financeira, com consequências devastadoras em termos sociais e económicos.

Se este embuste colossal constitui a trave mestra de toda a orientação estratégica do poder político regional destes últimos trinta anos, os novos senhores das ilhas repetem o que os velhos senhores sempre fizeram: mentir para melhor sugar e sugar para melhor mentir, para que se perpetue o domínio e o poder de uns poucos sobre muitos.

A convocação, na prática, de eleições há precisamente um ano, constituindo um colossal logro, enquadra-se nos princípios formulados. E a prova é que o actual governo regional não governa.

O Senhor Presidente do Governo Regional não governa, porque sempre os poderosos destas duas ilhas governaram para os mais privilegiados entre os madeirenses, mas agora, com o agravante, de ter de governar para uma minoria sedenta de poder e de dinheiro fácil. Tudo isto sob o lastro do ideal nacionalista de vocação totalitária.

Se não governa para a maioria dos madeirenses não é porque não saiba, é porque não quer. Porque se quisesse, teria posto a sua inteligência e o seu saber ao serviço de todos. Não o fez, dando a ideia até de que só sabe fazer uma coisa na vida: ganhar eleições, o que não lhe será difícil, tendo em conta a génese e a consolidação do regime autonómico.

Se quisesse governar para todos os madeirenses, o resultado da sua governação teria sido outro. E não se pode queixar de ninguém. Teve tudo nas suas mãos, como os antigos senhores feudais: poder arbitrário, abundância de dinheiro e submissão total.

Faltou-lhe acreditar nos madeirenses, na sua capacidade de trabalho, na sua inteligência e na sua força transformadora. Por isso, podemos afirmar categoricamente que, no que respeita ao exercício poder, o actual presidente do Governo Regional não trouxe nada de novo aos madeirenses. A não ser um conjunto muitíssimo significativo de infra-estruturas e obras públicas que os autocratas e os ditadores sanguinários de todo o mundo costumam apresentar como seu legado histórico.

Só isto e nada mais. E o que é mais grave é que os desafios de hoje e os desafios do futuro, para os madeirenses, são muito mais difíceis de realizar do que aqueles que foram colocados à governação regional, em Março de 1978. Um tempo de governação próximo dos recordes de Salazar e de Fidel Castro.

O Senhor Presidente do Governo Regional não tem condições políticas nem vontade pessoal para enfrentar os desafios do futuro dos madeirenses, porque não está ser capaz de resolver os problemas criados por si próprio, de que ele é o único responsável.

Está atolado, num beco sem saída. O que é isso de trabalhadores do conhecimento e de novas tecnologias? O que é isso de Estratégia de Lisboa? O que é isso dos madeirenses terem altas qualificações? O que é isso de haver empresas competitivas na Região? O que é isso de mérito? O que é isso de responsabilidade individual? O que é isso de trabalhar para atingir determinados objectivos? O que é isso de criar e distribuir riqueza?

Diz o bom senso que se governar tivesse o mesmo significado que trabalhar, e não fosse um mero expediente de perpetuação do exercício do poder, governar para todos os madeirenses seria tão cansativo que ninguém suportaria trinta anos de trabalho árduo.

Aqui está o busilis da questão: a cegueira em relação ao ideal nacionalista madeirense de vocação totalitária é imperdoável e foi germinada no combate violento contra aqueles que professavam os ideais de Liberdade, Democracia e Justiça Social. Mas que dizer do fechar os olhos ao tipo de economia gerada pela Administração Pública Regional e Local, numa atitude consciente de quem sabe o que está a fazer? Um ideal é um ideal, mas o que aconteceu sob a capa da sua governação, por aquilo que não quis ver, ou permitiu ou consentiu, é muito grave, como é grave que o Senhor Presidente do Governo Regional da Região Autónoma da Madeira fique impune perante todos: perante os eleitores, perante os madeirenses e perante a Justiça do nosso país.

Da nossa parte, da parte do PS-Madeira, não vamos baixar os braços. Com a nossa determinação e o nosso trabalho hercúleo, saberemos merecer a confiança dos madeirenses para que possamos mudar o Porto Santo e a Madeira, duas ilhas bem portuguesas plantadas no Oceano Atlântico

Tenho dito.

Assembleia Legislativa da Madeira, 20 de Fevereiro de 2008

João Carlos Gouveia

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Madeirenses a enganar madeirenses

"Sempre houve madeirenses que enganaram outros madeirenses; madeirenses que roubaram o pão a outros madeirenses. E sempre os que mais exploraram foram os que mais semearam a mentira e a ignorância. Só pela mentira e pela ignorância é que os parcos recursos de muitos poderiam ser distribuídos por tão poucos".

(extracto do discurso de João Carlos Gouveia, Presidente do PS-Madeira ontem, na Assembleia Legislativa da Madeira)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Propostas do PS

Pois, continuem afirmando que o PS-Madeira não apresenta propostas...
Entretanto, na Assembleia Legislativa da Madeira, o PS apresentou as seguintes propostas:
Criação de uma comissão de inquérito à corrupção;
Projecto de Resolução para o desbloqueamento político para uma urgente implementação dos POOC;
Projecto de Resolução para Estudo sobre as Sociedades de Desenvolvimento que leve à sua fusão - Nova Geração de Sociedades de Desenvolvimento.
Entretanto, o PS-Madeira continua na Oposição.
Quem está no Governo é o PSD. Quem deveria governar era o PSD; quem, preferencialmente, deve apresentar propostas é o PSD.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

João Carlos Gouveia e a central de comunicações

Alguma comunicação social bem alinhadinha tem procurado, de há muito, descredibilizar o PS-Madeira e os seus diversos líderes. Esses órgãos seguem a mesma estratégia do PSD/Madeira.

Agora que o PS-Madeira possui um líder e uma direcção que assumem o desejo de clara mudança na Região, denunciando o totalitarismo, a corrupção e a visão separatista da Autonomia do regime implementado por Alberto João Jardim e PSD/Madeira, a estratégia totalitária de descredibilização dos opositores deste regime intensifica-se.

João Carlos Gouveia candidatou-se quatro vezes à liderança do PS-Madeira. Perdeu as eleições internas nas primeiras três tentativas, mas foi ganhando o respeito dos militantes pela sua coragem, pelo desassombro das suas denúncias sobre a situação regional e pelas ideias inovadoras que trouxe para a política regional e nacional. Foi ele o primeiro a defender o fim das inerências, a limitação de mandatos, a eleição directa do Presidente do Partido e as primárias para a escolha de candidatos. Nunca a Comunicação Social se referiu ao seu pioneirismo nesta área. Nem a Comunicação Social nem alguns designados fazedores de opinião que costumam encher a boca com a necessidade de os partidos se transformarem, se democratizarem e se abrirem aos cidadãos.

À quarta tentativa, João Carlos Gouveia tornou-se presidente do PS-Madeira. Poderia ter ganho antes. Bastar-lhe-ia ter mudado de discurso, ter deixado de lado a denúncia implacável do regime totalitário, ter-se adaptado a um discurso “politicamente correcto”, mas inócuo, como era tradição dos líderes anteriores.

O novo líder do PS-Madeira, que foi alvo das mais vis campanhas de difamação, por parte do PSD e, como é óbvio, de franjas no interior do PS-Madeira, que usam repetir a voz difusora do discurso totalitário que se espalha pela Região, tem denunciado convictamente os males anti-democráticos deste regime. A Comunicação Social do Continente respeita-o e considera-o como um corajoso lutador pelo Estado de Direito na nossa Região. Por cá, alguma comunicação social repete a “cassete” da Rua dos Netos, acusando a liderança do PS-Madeira de não ter objectivos concretos, de não apresentar propostas, de não conseguir manter o partido unido.

Afinal os objectivos da nova liderança são bem claros e de acordo com as ideias aplaudidas quase unanimemente no Congresso e na Convenção: em primeiro lugar caracterizar o Poder regional e denunciar o carácter estrutural da corrupção e a submissão da Região à visão separatista da Autonomia do PSD; em segundo lugar, apresentar propostas concretas que visam a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos madeirenses e a melhoria da qualidade da vivência democrática; em terceiro, preparar o PS-Madeira para se tornar alternativa a médio prazo.

A denúncia da corrupção, para além de marcar a agenda política, tem o apoio da generalidade dos madeirenses, que vêem finalmente um líder do PS-Madeira gritar bem alto o que os cidadãos dizem à boca pequena, com receio de represálias. Naturalmente, esta denúncia não pode agradar ao partido do Poder nem aos que o apoiam e sustentam.

Quanto às propostas, já no Congresso João Carlos Gouveia pediu a criação de um DIAP na Madeira, o que foi garantido recentemente. O PS-Madeira propôs também 15% de subsídio de insularidade para todos os funcionários públicos na Madeira, o que permitiria o aumento do poder de compra da maioria das famílias madeirenses e ajudaria o comércio, que vive uma crise intensa. Na Assembleia Legislativa da Madeira, o PS vem apresentando propostas atrás de propostas que visam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos madeirenses. Apesar disso, continua a central difusora da comunicação anti-socialista a fazer ecoar que o PS-Madeira nada propõe.

Com João Carlos Gouveia, o PS-Madeira procura a relação directa com os eleitores, em contactos quase diários, pelas diversas freguesias da Região, a partir do Funchal. Entretanto, iniciou-se uma campanha para a adesão de novos militantes. A ligação do Partido aos cidadãos e a reorganização do Partido incomoda sobremaneira os que nada queriam mudar, como se tudo estivesse bem, após 32 anos de permanente estada na oposição.

Com João Carlos Gouveia, o PS-Madeira muda a sua prática e a sua estratégia. Em primeiro lugar, o apelo do Presidente é de que todos os militantes, e especialmente os seus dirigentes, se devem empenhar nas tarefas partidárias e na relação com os eleitores. Os socialistas deverão querer ganhar eleições, mas para que o regime mude, para que a Madeira mude, não vencer uma freguesia ou uma câmara para que nada mude na Região. Esta estratégia ameaça de facto os que, militando na oposição, não se afirmam como opositores ao regime totalitário.

O líder do PS-Madeira inaugurou um tempo novo na organização regional do Partido. Pediu solidariedade aos deputados eleitos pelas listas do PS-Madeira à Assembleia da República. Pediu solidariedade em favor da satisfação de anseios dos cidadãos madeirenses. A Comunicação Social do Continente percebeu o alcance da estratégia, aquando da discussão do Orçamento de Estado para 2008. Alguma comunicação social regional fingiu não perceber e apontou fragilidades partidárias onde apenas existe convicções. Os socialistas já compreenderam: no futuro, os deputados a apresentar pelo PS-Madeira deverão servir os interesses dos cidadãos madeirenses e não serão jamais os “deputados da Nação”, título nobiliárquico que abrilhantava as lapelas de senhores de antanho.

O líder do PS-Madeira nunca quis ganhar o Partido escondendo as suas convicções ou iludindo os militantes. Também agora não pretende enganar ninguém quanto às condições actuais do PS-Madeira. Encontra-se fragilizado pela inacção de muitos dos anteriores dirigentes, gente que hoje se abriga noutros partidos ou procura cavar trincheiras contra os partidos que serviram em tempos que já vão indo. Os cidadãos esperam que os líderes partidários não os iludam. Os cidadãos madeirenses esperam que a coragem de João Carlos Gouveia consiga animar os socialistas para um trabalho de preparação que os leve a assumir muito brevemente os destinos da Região. A alternância democrática é exigência do nosso tempo, mas, para que ela aconteça, é preciso que o maior partido da oposição esteja apto para as grandes tarefas.

O PS-Madeira possui quadros com valor e capacidade para assumirem a alternativa. Tem faltado vontade, crença e alguma coragem para afirmar a diferença. Tem faltado também que as elites regionais e os fazedores de opinião deixem de usar óculos “made in Quinta Vigia”. Tem faltado coragem e tem faltado independência de opinião. Tem faltado coragem e tem faltado espírito livre. Tem faltado coragem e tem faltado grandeza.






quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Não governa não

Sei que Paulo Martins só quis dizer que o Governo governa sempre mal e que era melhor que se deixasse estar quieto, mas as coisas também não são assim tão simples. E para atacar o Governo não precisa de contrariar o PS-M, indo porém a seu reboque.
Será que o Governo governa realmente?
Que medidas foram executadas para benefício dos cidadãos madeirenses?
Que foi feito para combater o desemprego crescente?
Que foi feito para combater as falências no comércio e nos pequenos empreiteiros?
Que foi feito?

Os complexos do homem

No Diário do Governo, AJJ perora descuidadamente sobre os seus complexos. Fá-lo descuidadamente porque nem corrigiu o "anda-lhes". Mas voltando aos complexos, num texto em que fala de vinho seco, refere-se a "um rapaz de Santarém", que anda vermelhudo. Até parece que o articulista nunca se viu ao espelho. Complexos?
A falta de gosto de invocar a terra de origem dos adversários políticos aproxima AJJ dos tempos em que uns meninos armados em separatistas colocavam uns continentais no aeroporto, ameaçavam outros e aos restantes dividiam entre "amigos" e pessoas não gratas. Complexos.
Não conta para nada, mas atendendo ao tempo que AJJ passou no Continente para tirar o seu curso, e como conheço o tal "rapaz" desde a sua adolescência, aqui na Madeira, não sei qual dos dois, o "rapaz" ou AJJ, passou mais tempo fora da ilha. Dúvida inútil, porque não conta para nada.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Mafiosos presos

Segundo o "Diário de Notícias" de Lisboa, foram presos, em Mondragone, Itália, 38 mafiosos e os polícias que os protegiam.
A notícia conclui-se com o seguinte parágrafo:
" Na Sicília, dois membros da Cosa Nostra, a mafia da ilha, foram ontem mortos durante uma alegada rixa com um grupo rival em Partinico, perto de Palermo. Os dois homens, Giuseppe e Giampaolo Riina, eram filhos do capo Salvatore Riina, detido pela polícia, em 1996, após ter sido traído por colaboradores"

Rendimentos dos políticos

Segundo o "Diário de Notícias" de Lisboa, os rendimentos de titulares de cargos políticos passarão a ser de divulgação obrigatória - e esta será uma regra sem excepção. O PS vai apresentar, até ao final da actual sessão legislativa, na Assembleia da República, em Junho, uma proposta de alteração ao quadro legal que permite aos políticos pedir que as respectivas declarações de rendimentos não sejam tornadas públicas.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Um governo que não governa

O deputado Carlos Pereira esteve muito bem no Parlamento denunciando um governo que não governa. E reafirma-o no seu blogue Apontamentos sem nome. Disse que as eleições se realizaram há mais de 6 meses. Pois já. E há mais de 7. E há mais de 8. E há mais de 9.
Há mais de nove, há mais de nove e não nasce uma iniciativa para benefício dos cidadãos da nossa Região.

Nazário e a capoeira

Nazário não gostou que o secretário-geral do PS-Madeira se referisse ao que se passa em Gaula como uma guerra de capoeira. Eu também não diria isso. Chamaria antes àquelas confusões todas, onde ainda por cima se invoca o nome do povo em vão, guerra de capelinha, ou melhor, manhas.

Drummond e os chupistas

Gabriel Drummond falou na Assembleia Legislativa da Madeira. Atacou os chupistas que andam a roubar os madeirenses. Óptimo. Pergunte à sua colega de bancada Sara André quem eles são, porque o lugar onde se acoitam já ela disse: no PPD/PSD-Madeira.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Onde está a coerência?

Olha quem fala...
João Isidoro pergunta hoje, no "D.N." pela coerência.
A linhas tantas do seu artigo de opinião, João Isidoro, esse mesmo, diz que as pessoas d"esse partido" "pedem transparência e combate à corrupção, mas quando se levantaram suspeitas de utilização de dinheiros do seu partido em benefício próprio" se voltam contra os que os denunciam.
E quem falou e disse?
Vejam lá: João Isidoro.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Arco sem Roberto Rodrigues

Roberto Rodrigues teria razão, ao comentar o meu post acerca do "arco autonómico", se eu o tivesse acusado de federalista, já que ele se demarcou da recente posição de AJJ (Note-se que AJJ diz-se "federalista agora", mas não sabemos se o "agora" já acabou, já que qualquer bom leitor percebeu ao longo dos discursos que ele foi fazendo e das camisolas que foi vestindo qual o seu conceito de "autonomia". E o que disse há bem pouco sobre a Independência, se os madeirenses quisessem?)
O que Roberto Rodrigues não pode contestar é que os grandes defensores da Autonomia, antes do 25 de Abril, foram os homens da esquerda democrática. O que Roberto Rodrigues não pode contestar é que há quem fale de Autonomia mas queira dizer Autonomia Total ou Independência, e que essa gente está no PSD-Madeira. O que Roberto Rodrigues não pode contestar é que sob a capa da Autonomia se construiu um regime totalitário. O que Roberto Rodrigues não pode contestar é que as suas ideias, sejam de Autonomia sejam outras sempre o aproximou muito do abraço que AJJ quer dar ao CDS. O que Roberto Rodrigues não pode contestar é que sempre se preocupou em atacar mais o PS-Madeira do que o PSD, como se não fosse este partido a estar no Poder há mais de trinta anos. O CDS, desculpem, Roberto Rodrigues é da oposição ou afeiçoado ao regime que nos governa?

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Arco Autonómico

AJJ fala do arco autonómico, apelando ao CDS-PP e ao MPT, para a sua luta. O MPT dá-lhe apoio natural e óbvio, como todos sabemos. Quanto ao CDS-PP, o homem deve contar com o Roberto Rodrigues, pelo menos. Por outro lado, vão aparecer outros candidatos, gente que quando a luta aquece
não quer estar com o PS.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Carnaval

Quarta-feira: acabou o Carnaval, continua o carnaval.
Continua um grupo disfarçado de Governo Regional, fingindo que governa, quando as suas duas grandes medidas para bem do povo foram:
a) cortar subsídios aos enfermeiros;
b) repor os subsídios aos enfermeiros.
As linhas estratégicas para o carnaval pré-eleitoral estão traçadas de há muito: O Sócrates é um demónio, o Sócrates não manda mais cacau, o Sócrates não manda o pilim, abaixo o Sócrates, sem o troquinho a gente fala é de Autonomia, sem pilim a gente fala é de independência, sem cacau a gente fala de federalismo.
A Bem dos Madeirenses
A Bem dos Madeirenses
A Bem dos Madeirenses
A Bem dos Madeirenses
Pilim
Pilim
Pilim
Se não
Se não
Se não
Não! Começa tudo outra vez na quarta-feira...

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Bastonário

O Bastonário da Ordem dos Advogados não titubeou na entrevista dada ao Telejornal da RTP Madeira, na passada semana.
Afirmou que a corrupção não é um fenómeno circunscrito à Madeira, naturalmente, mas não deixou de dizer claramente que o facto de haver um um único Partido no Poder há mais de trinta anos potencia esse crime. Notou que os momentos de alternância são aqueles onde melhor se pode verificar a existência de mecanismos de corrupção. Lembram-se de Santa Cruz?
De salientar ainda que o bastonário achou no mínimo estranho que se retire a imunidade parlamentar para um deputado ir a julgamento, quando esse deputado é opositor, e essa imunidade não ser retirada quando são outros a serem acusado de difamadores. Referia-se naturalmente ao julgamento do líder do PS-Madeira, João Carlos Gouveia.
A entrevista deixou marcas. Mais uma vez, como aconteceu com as denúncias de João Carlos Gouveia sobre a Justiça, lá vem a classe dos promotores mostrar indignação e lá vêm os queixumes das pessoas ligadas ao PSD-Madeira, afirmando que o bastonário deveria apresentar provas, como se ele fosse a Polícia, como se fosse a ele que competisse investigar.