segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

João Carlos Gouveia e a central de comunicações

Alguma comunicação social bem alinhadinha tem procurado, de há muito, descredibilizar o PS-Madeira e os seus diversos líderes. Esses órgãos seguem a mesma estratégia do PSD/Madeira.

Agora que o PS-Madeira possui um líder e uma direcção que assumem o desejo de clara mudança na Região, denunciando o totalitarismo, a corrupção e a visão separatista da Autonomia do regime implementado por Alberto João Jardim e PSD/Madeira, a estratégia totalitária de descredibilização dos opositores deste regime intensifica-se.

João Carlos Gouveia candidatou-se quatro vezes à liderança do PS-Madeira. Perdeu as eleições internas nas primeiras três tentativas, mas foi ganhando o respeito dos militantes pela sua coragem, pelo desassombro das suas denúncias sobre a situação regional e pelas ideias inovadoras que trouxe para a política regional e nacional. Foi ele o primeiro a defender o fim das inerências, a limitação de mandatos, a eleição directa do Presidente do Partido e as primárias para a escolha de candidatos. Nunca a Comunicação Social se referiu ao seu pioneirismo nesta área. Nem a Comunicação Social nem alguns designados fazedores de opinião que costumam encher a boca com a necessidade de os partidos se transformarem, se democratizarem e se abrirem aos cidadãos.

À quarta tentativa, João Carlos Gouveia tornou-se presidente do PS-Madeira. Poderia ter ganho antes. Bastar-lhe-ia ter mudado de discurso, ter deixado de lado a denúncia implacável do regime totalitário, ter-se adaptado a um discurso “politicamente correcto”, mas inócuo, como era tradição dos líderes anteriores.

O novo líder do PS-Madeira, que foi alvo das mais vis campanhas de difamação, por parte do PSD e, como é óbvio, de franjas no interior do PS-Madeira, que usam repetir a voz difusora do discurso totalitário que se espalha pela Região, tem denunciado convictamente os males anti-democráticos deste regime. A Comunicação Social do Continente respeita-o e considera-o como um corajoso lutador pelo Estado de Direito na nossa Região. Por cá, alguma comunicação social repete a “cassete” da Rua dos Netos, acusando a liderança do PS-Madeira de não ter objectivos concretos, de não apresentar propostas, de não conseguir manter o partido unido.

Afinal os objectivos da nova liderança são bem claros e de acordo com as ideias aplaudidas quase unanimemente no Congresso e na Convenção: em primeiro lugar caracterizar o Poder regional e denunciar o carácter estrutural da corrupção e a submissão da Região à visão separatista da Autonomia do PSD; em segundo lugar, apresentar propostas concretas que visam a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos madeirenses e a melhoria da qualidade da vivência democrática; em terceiro, preparar o PS-Madeira para se tornar alternativa a médio prazo.

A denúncia da corrupção, para além de marcar a agenda política, tem o apoio da generalidade dos madeirenses, que vêem finalmente um líder do PS-Madeira gritar bem alto o que os cidadãos dizem à boca pequena, com receio de represálias. Naturalmente, esta denúncia não pode agradar ao partido do Poder nem aos que o apoiam e sustentam.

Quanto às propostas, já no Congresso João Carlos Gouveia pediu a criação de um DIAP na Madeira, o que foi garantido recentemente. O PS-Madeira propôs também 15% de subsídio de insularidade para todos os funcionários públicos na Madeira, o que permitiria o aumento do poder de compra da maioria das famílias madeirenses e ajudaria o comércio, que vive uma crise intensa. Na Assembleia Legislativa da Madeira, o PS vem apresentando propostas atrás de propostas que visam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos madeirenses. Apesar disso, continua a central difusora da comunicação anti-socialista a fazer ecoar que o PS-Madeira nada propõe.

Com João Carlos Gouveia, o PS-Madeira procura a relação directa com os eleitores, em contactos quase diários, pelas diversas freguesias da Região, a partir do Funchal. Entretanto, iniciou-se uma campanha para a adesão de novos militantes. A ligação do Partido aos cidadãos e a reorganização do Partido incomoda sobremaneira os que nada queriam mudar, como se tudo estivesse bem, após 32 anos de permanente estada na oposição.

Com João Carlos Gouveia, o PS-Madeira muda a sua prática e a sua estratégia. Em primeiro lugar, o apelo do Presidente é de que todos os militantes, e especialmente os seus dirigentes, se devem empenhar nas tarefas partidárias e na relação com os eleitores. Os socialistas deverão querer ganhar eleições, mas para que o regime mude, para que a Madeira mude, não vencer uma freguesia ou uma câmara para que nada mude na Região. Esta estratégia ameaça de facto os que, militando na oposição, não se afirmam como opositores ao regime totalitário.

O líder do PS-Madeira inaugurou um tempo novo na organização regional do Partido. Pediu solidariedade aos deputados eleitos pelas listas do PS-Madeira à Assembleia da República. Pediu solidariedade em favor da satisfação de anseios dos cidadãos madeirenses. A Comunicação Social do Continente percebeu o alcance da estratégia, aquando da discussão do Orçamento de Estado para 2008. Alguma comunicação social regional fingiu não perceber e apontou fragilidades partidárias onde apenas existe convicções. Os socialistas já compreenderam: no futuro, os deputados a apresentar pelo PS-Madeira deverão servir os interesses dos cidadãos madeirenses e não serão jamais os “deputados da Nação”, título nobiliárquico que abrilhantava as lapelas de senhores de antanho.

O líder do PS-Madeira nunca quis ganhar o Partido escondendo as suas convicções ou iludindo os militantes. Também agora não pretende enganar ninguém quanto às condições actuais do PS-Madeira. Encontra-se fragilizado pela inacção de muitos dos anteriores dirigentes, gente que hoje se abriga noutros partidos ou procura cavar trincheiras contra os partidos que serviram em tempos que já vão indo. Os cidadãos esperam que os líderes partidários não os iludam. Os cidadãos madeirenses esperam que a coragem de João Carlos Gouveia consiga animar os socialistas para um trabalho de preparação que os leve a assumir muito brevemente os destinos da Região. A alternância democrática é exigência do nosso tempo, mas, para que ela aconteça, é preciso que o maior partido da oposição esteja apto para as grandes tarefas.

O PS-Madeira possui quadros com valor e capacidade para assumirem a alternativa. Tem faltado vontade, crença e alguma coragem para afirmar a diferença. Tem faltado também que as elites regionais e os fazedores de opinião deixem de usar óculos “made in Quinta Vigia”. Tem faltado coragem e tem faltado independência de opinião. Tem faltado coragem e tem faltado espírito livre. Tem faltado coragem e tem faltado grandeza.






1 comentário:

Anónimo disse...

À ATENÇÃO do MP, da PJ e do PS-M:
será coincidência que alguns PSs de cá (mais ou menos independentes) vão agora fazer negócios ou vida nos Açores governados pelo PS?
Será?