Eis o texto que deu origem à conferência de imprensa do PS, no passado sábado, sobre as bengalinhas da Direita:
O Partido da Terra não mereceria uma palavra do PS-Madeira se não fizesse dos socialistas madeirenses o alvo de todos os seus ataques políticos.
O Partido da Terra é um partido da área da Direita, o que só por si não representa mal nenhum. Porém o Partido Socialista enquadra-se na Esquerda Democrática, donde se infere que, do ponto de vista ideológico, estamos em campos opostos.
O Partido da Terra nunca teve existência na Madeira até que dois deputados, vindos do interior do PS-Madeira e desavindos com a Direcção partidária de então, decidiram candidatar-se por esse partido de Direita.
A passagem para o outro lado da política não espanta quem nunca esperou grandes gestos de dignidade desses senhores; não espanta quem se habituou a vê-los lutar internamente pelo poder; não espanta quem assistiu a guerrinhas em Câmara de Lobos por um desses senhores não dar lugar a outro militante, numa rotação alegadamente combinada.
Mas se esses senhores passaram para o outro lado, deixem-se ficar onde estão, sem fingirem angústias, que não sentem, sobre o estado do PS-Madeira ou sobre a sua prática política.
O PS-Madeira está recuperando da situação difícil que esses senhores ajudaram a criar. O mal que fizeram nada tem a ver com as eleições de Maio, mas com a sua actividade no interior do Partido Socialista.
Quanto às eleições de Maio do ano passado, estes senhores, agora abrigados no MPT, seguiram a mesma estratégia do PSD-Madeira: atacar o Partido Socialista e o Eng. José Sócrates, acusando-os de todos os males da Região. Usaram uma estratégia comum para obterem benefícios comuns. O MPT tornou-se, na campanha eleitoral e agora na Assembleia Legislativa da Madeira um aliado, uma verdadeira “bengala” do PSD.
MPT e PPD formam uma coligação que a ninguém espanta. O deputado do Partido da Terra tornou-se mais um a fazer coro contra o Governo da República. Tornou-se mais um preocupado em denegrir o PS-Madeira, já que o crescimento do Partido Socialista implica perigo efectivo para um poder que se impõe há 32 anos e se quer eternizar.
O deputado do MPT insurgiu-se agora contra a proposta do PS-Madeira do aumento do subsídio de insularidade para 15%. Procurou confundir os funcionários públicos, misturando propostas e votos de protesto. Esquece-se que esta Direcção do PS-Madeira é bem diferente daquelas a que o agora deputado da Direita pertenceu, as quais diziam “ámen” a tudo o que as lideranças nacionais impunham. Esquece-se que esta Direcção e o seu líder afirmaram bem alto que a Madeira não possuía condições sociais para que a Reforma da Administração Pública fosse imposta na Madeira. Em vez de tentar perceber os motivos pelos quais o Governo Regional não dotou a Região de mecanismos que permitam a Reforma da Administração Pública e de meios que permitam um crescimento económico que beneficie a generalidade dos madeirenses, o deputado do MPT faz como os seus colegas do PSD: volta-se contra a Oposição.
O Partido da Terra é um partido coerente. Na Assembleia da República, o seu deputado Luís Carloto Marques, eleito nas listas do PSD, defende a Direita e ataca o Partido Socialista. Na Assembleia Legislativa da Madeira, o seu deputado João Isidoro Gonçalves, eleito com o apoio do PSD, defende a Direita e ataca o Partido Socialista.
Embora reconheçamos os interesses que por aqui deixaram, por amor à coerência, chegou a hora de João Isidoro Gonçalves e os seus apaniguados se deixarem do choro dos crocodilos.
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1 comentário:
Que tal publicar a "Carta do leitor" do J. B. Côrte como forma de solidariedade e por forma a dificultar qualquer perseguição político/judicial!?
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