E os tempos de antena do PSD, sempre com a mesma cara sem ponta de graça são de uma qualidade de perseguir? Sempre o mesmo milho, o mesmo milho, o mesmo milho? Usque quando?
domingo, 30 de dezembro de 2007
tempo de antena
E os tempos de antena do PSD, sempre com a mesma cara sem ponta de graça são de uma qualidade de perseguir? Sempre o mesmo milho, o mesmo milho, o mesmo milho? Usque quando?
mais um
O Ministro das Finanças comparou-o a um caçador impreparado, que atira para todos os lados. Vejam lá que insulto!
E o homem diz isto na Madeira, onde o Presidente do Governo enxovalha todos os líderes da oposição e a generalidade dos seus adversários políticos. Ah, mas estamos na Madeira, onde se tornou normal dizer todas as asneiradas, que ninguém leva a mal, porque se vive um Carnaval eterno.
sábado, 29 de dezembro de 2007
dedo na ferida
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Granada
sábado, 22 de dezembro de 2007
Gaula versus Santa Cruz
Música de Natal
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Nada disto é política, mas aquilo que---
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Boas férias
Baptista Bastos
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Um homem que cita Manuel Alegre...
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Outro Guterres dava um jeitinho
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Representação da Madeira
O grupo de A.J.J.
Grupo B: Churchill, Kennedy, Willy Brandt, Mário Soares, Sá-Carneiro.
Em que grupo se situará Alberto João Jardim?
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Clubes e Desporto
Noite
Nunca te falarei desse lume
ou do incêndio dos dias,
posso assegurar-te,
descansa.
Nunca te direi esse vocábulo
descansa, não posso perturbar
o sono, a paz,
a alegria.
Nunca te falarei da noite
sem magia,
descansa.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Omo
terça-feira, 27 de novembro de 2007
bonecos tontos
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
E agora?
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Fechemos os olhos, fechemos os olhos
Selecção de Futebol apurada
Futsal, para variar
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Um livro para cada recém-nascido
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
E a terra continua silenciosa
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Separatismo
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Dúvidas (?) de Filipe Malheiro
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Sermão do Bom Ladrão (III)
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
RES PUBLICA e jornalismo medíocre
Sermão do Bom Ladrão (II)
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Sermão do Bom Ladrão
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Miguel Albuquerque
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Madeira e Catalunha
Estatuto do Representante da República
sábado, 20 de outubro de 2007
Provicianismos
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
O MPT e a corrupção
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Liberdade de imprensa
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Da corrupção
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Independentes
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Une saison en enfer
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Convenção
No oco dos comentários
O fio da vida
das catedrais dolentes e há outros
que do alto das pontes olham
a escuridão rumorejante das águas.
Há homens que esperam na orla
marítima e outros arrastando-se
no viscoso esterco dos subterrâneos.
Há homens debruçados em pleno azul e outros que deslizam sobre densos verdes;
há os desatentos na atenção e os que
espreitam atentamente a ocasião.
Há homens por fora e por dentro
do cimento armado, suspensos
das mil ciladas do quotidiano voraz;
de encontro aos muros, às paredes,
ao sol do meio-dia, ao visco da noite,
às sediças solicitações de cada instante.
Há a impotência poderosa da oração
e a obsessão amarga dos suicidas
e, de permeio, os que, porque hesitam;
porque ignoram, porque não crêem,
não oram nem se suicidam
e se quedam ante a impossibilidade de destrinça
entre o fio da vida e a vida por um fio.
Rui Knopfli, Mangas Verdes com Sal
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Opções
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Liberdade de crítica
Concurso de Pessoal Docente 2007/2008
Ensino Pré-Escolar 38
1º Ciclo Ensino Básico 73
2º Ciclo 74
3º Ciiclo e Secundário 161
total 346
Principais áreas (3º ciclo e Secundário):
Português 42
Física Qúimica 38
Inglês 22
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
PS em acordos com o PND
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Jornalismo e liberdade
Estádio do Marítimo
Izvetzia
sábado, 15 de setembro de 2007
Como uma Máfia, "no bom sentido"
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
A lógica de Scolari
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
CMF
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Crédito aos universitários
sábado, 8 de setembro de 2007
Símbolos e Povos
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
À la gardere...
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Alianças?
O Partido da Terra e os Movimentos de Cidadãos
domingo, 2 de setembro de 2007
Ruído?
Intermitências
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Manifestação separatista
sábado, 18 de agosto de 2007
Formação desportiva nas escolas
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
A Televisão que temos
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Grande admiração!
Discurso separatista II
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Discurso separatista
Um membro do Conselho de Estado nunca poderia acusar o Estado que representa de colonialismo, sem consequências.
Quem fala em Estado colonialista está a utilizar um discurso marcadamente anti-colonialista, logo separatista.
sábado, 11 de agosto de 2007
Miguel Torga
Mais duas horas de prosa.
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Ficha 5
5
Quando os responsáveis pelo fascismo passaram alguns dias na ilha, em trânsito para o Brasil, Rui percebeu o valor simbólico daquela paragem: a revolução demoraria muito mais a chegar ao Atlântico.
Ao tempo, o regime da propriedade rural era pouco menos que feudal. Quem trabalhava a terra (e carregava o nome de colono) tinha que entregar dois terços do produto desta ao senhorio, o dono, e ainda lhe vergava a cerviz no momento em que este vinha, com os meninos e meninas da sua prole a colherem as melhores uvas, antes das vindimas. O colono alindava um cestinho onde depositava o melhor fruto da sua escravidão. Os defensores deste regime, os seus arautos e guardiães rapidamente desenterraram ideais de autonomia que eles próprios tinham ajudado a espezinhar. Agora que ventos de liberdade e de justiça se anunciavam (anunciara-se, de facto), convinha que esta terrinha pudesse ter governo distinto. Mas então o que era isso de liberdade, o que era isso de socialismo, e extremo escândalo, de comunistas em lugares de poder? Noutros lados, vá que não vá, aqui nunca. Pata rapada, como esses colonos ignorantes que nasceram para cavar e carregar os senhores na rede, não deveria ter os mesmos direitos. O povo a reivindicar significaria o absurdo do poder caído na rua…
Luísa leu de seguida, interrompendo apenas para beber o café que o irmão preparara.
- Não percebo, manténs os nomes das pessoas…
- Pois é, já te disse que a única intenção desses textos é lutarem contra o esquecimento.
- Mas se não ficcionas, qual o motivo de apresentares os dados dessa maneira? Poderias escrever simplesmente um diário…
- É um diário à minha maneira, para guardar numa mala, para os meus netinhos perceberem um dia como começou esta treta da autonomia.
Luísa sorriu, abanando a cabeça, para mostrar ao irmão a sua discordância.
- E a ficha 5 que andas a escrever, é para falar de quê?
- Da invenção da ideia separatista.
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Ficha 4
Ricardo Mendes, chefe de secretaria da Assembleia, tinha vindo de África, na leva dos retornados. Sabia-a toda, naturalmente. Inscreveu-se no Partido, como é óbvio e não tardou em ser o presidente de uma junta de freguesia do Funchal.
Ia à empresa de vez em quando, para receber um envelope, e aproveitava para conviver com o senhor Silvestre, farinha do mesmo saco.
Nessa final de tarde, o chefe de escritório, o senhor Castro, também teve direito ao convívio: charutos cubanos, whisky de doze anos, anedotas, e o elogio do triunfo dos chicos espertos.
Rui ficara do outro lado da festa. Casualmente deixara-se ficar no escritório, a colocar em ordem algumas facturas. Mesmo que o tivessem convidado, nunca estaria do outro lado, não tinha pachorra para aturar gente daquela, metia-lhe asco. Já tinha ouvido todas as anedotas sem graça do Silvestre, armado em novo-rico, sem jeito nenhum para isso, com o desplante de ironizar com o aumento do desemprego feminino, a dizer que o grande negócio do futuro seriam os bordéis. Vómitos para indivíduos destes…
O senhor Castro saiu da reunião de olhinhos vermelhos, trocando o passo e bem aquecido. O patrão despediu-se com o Ricardo Mendes pelo braço, que dupla…
- Rui, Rui, esta gente ainda goza com desfaçatez. A ideia deles é que vivem em terra de cegos, e em terra de cegos quem tem um olho é rei.
- Falaram à-vontade à sua frente, senhor Castro?
- Pois claro. O Ricardo Mendes imagina que todos os que possuem um cargo de chefia hão-de ser do Partido ou da conveniência. E posso contar-te mais: chegou ao desplante de afirmar:
- Só os tontos não aproveitam o poder que possuem. Na minha freguesia, hei-de ganhar as eleições sempre que quiser. Se o povo quer uma escola, constrói-se a escola; se quiser uma estrada, porque não fazer a estrada? Tonto seria eu se não a fizesse. Se a estrada custar cinquenta mil, cinco mil são para mim, o povo fica contente e ganho as eleições!
Novo Robin Wood
Sem a coragem e o sentido de honra do famoso herói, sem gentil porte que o enobreça, o Robin Madeira nunca tirou aos ricos para dar aos pobres. Instalou-se no palácio onde se banqueteia com os da sua igualha e com aqueles que se curvam para beijar-lhe os anafados sapatos. No seu longo reinado de trinta anos, Robin Madeira fez crescer o número de pobres, para que não se perdesse a tradição familiar de lhes oferecer uma sopinha diária, como benfeitor supremo.
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Ficha 3
3
Rui pegou no recibo e dirigiu-se ao edifício da Assembleia para receber o pagamento. Já tinha percebido quase tudo. O senhor Sousa, antes de sair, abriu-se e contou como elas se faziam. O método era profusamente utilizado em África e consistia em oferecer dez por cento do valor de cada máquina ao responsável pela compra. E se esta empresa não fizesse, faria outra.
- Mas se os responsáveis não escolhem pela qualidade e preço, como se justificam?
- Quando lhes pedem explicações, coisa rara, por acaso, encontram sempre uma fórmula: uma qualquer característica da marca ou modelo adapta-se mais eficazmente ao pretendido…
- E nos restantes materiais, nos consumíveis, por exemplo?
- Só em casos especiais se oferece um prémio qualquer.
O senhor Sousa saiu para uma empresa maior, mas deixou toda a sua sabedoria ao senhor Castro. Este, porém, explicava logo tudo ao Rui. Percebia-se que não estava de acordo com todas as estratégias.
Olhou o recibo: quatrocentos e tal contos. Era uma enormidade de papel e tinta que aquela assembleia consumia, caramba.
A espera valeu a pena, pois o cheque já estava passado, aliás Rui nunca se aborrecia nas repartições: quanto mais tempo ali, menos a entortar a coluna numa cadeira, a mexer em papéis. Comprava um jornal desportivo e passava o tempo entretido numa fila qualquer.
- Eis o cheque, senhor Castro, bela verba. Aquela gente gasta material que se farta…
O senhor Castro sorriu, abriu a porta que dava para o espaço contíguo, onde geralmente se encontrava o patrão e, vendo o espaço vazio, esclareceu:
- Aquele dinheiro é limpinho, é fifty-fifty; metade para o Ricardo Mendes, metade para o Sivestre.
- E o material?
- Qual material, ó homem? Não saiu uma resma de papel do armazém.
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Ficha 2
O Gerardo viera do Continente, directamente da grande empresa. Era um bom técnico de máquinas e tornou-se absolutamente necessário, porque o senhor Silvestre se dedicara quase em absoluto às vendas e aos negócios, sem mãos a medir já para as máquinas que ia vendendo em tudo o que era instalação do novo governo.
A autonomia implantara-se, com assembleia parlamentar e tudo, coisa fina, de política séria, e uma colecção de deputados a viverem a experiência de se sentarem à esquerda ou à direita como viam nos filmes ou leram em cursos acelerados de política.
- Gerardo, o duplicador do Partido está a jogar tinta por quanto é lado. O presidente está furioso. Deixe tudo o que está a fazer e corra lá.
- Mas qual é o modelo? Tenho de preparar as peças.
- Vamos, rápido, pergunta aí ao Rui.
O Rui pegou no ficheiro. N, O, P… procurou Partido e nada, mexeu com os dedos na parte superior das fichas de cartão, antes e depois do P… e nada.
- Então, Rui, olha que o Silvestre se chateia se não arranco já.
- Espera mais um pouco, que não encontro a ficha desse cliente. No P, não há nada.
- Isso, procura melhor, eu entretanto vou à rua fumar e já volto.
Rui procurou sobre a secretária, vasculhando os papéis à direita e à esquerda, documentos que ficavam à espera de serem tratados ou do arquivamento. Estava quase a entrar em desespero e decidiu procurar letra a letra, ficha a ficha, aquela poderia estar fora da mãe. Nova desilusão. Aborrecia-o ter que perguntar ao senhor Silvestre se ainda se recordava do modelo que tinha vendido para o Partido, até porque ele haveria de perguntar pela ficha que tinha voado dali para fora. Que chatice…
O senhor Sousa, o chefe de escritório, deu-se conta de desespero:
- Que se passa, Rui? Parece uma mosca aí à volta do prato, que procura?
- A ficha do Partido. Vendemos um duplicador para lá e não aparece a ficha.
- Vai aparecer, o Gerardo que vá lá, tenha paciência e leve as peças de três ou quatro modelos. Se for necessário voltar lá, que volte.
Palavra de chefe era descanso. Com ele, nunca o patrão levantava a voz; tinham os seus segredos.
Quando o Gerardo regressou, dirigiu-se de imediato ao colega:
- Não procures mais, Rui, vai à ficha da Assembleia.
- Explica-me.
- É esse o duplicador.
Rui continuava a não perceber:
- Mas foste à Assembleia?
- Não; ao Partido.
domingo, 5 de agosto de 2007
Ficha 1
- Posso então ver os fotocopiadores?
O presidente da câmara de uma freguesia do Norte da Ilha, ele próprio se encarregava da compra do equipamento.
- Talvez não tenha confiança nos funcionários – alvitrou Rui, o empregado de escritório mais jovem da empresa, aliás só havia dois: o senhor Sousa, e o Rui. Aquele viera de Moçambique, na leva dos retornados. Era o braço direito, e o esquerdo também, do senhor Silvestre, que era o patrão. Este não passava de um técnico-vendedor, ou vice-versa, não interessa ao caso, a quem uma grande empresa, analisando as condições de um mercado regional que prometia, com a abertura de escolas e instalação de órgão de governo da ilha, ofereceu dez por cento de quota para a instalação de uma empresa neste cantinho. O senhor Silvestre encarregava-se das vendas, saindo logo pela manhã com a pasta negra inchada de catálogos de fotocopiadores, máquinas de offset e duplicadores. Havia para todos os gostos e preços. Fotocopiadores baratinhos a líquido e outros, o dobro do preço a toner, duplicadores pequenos próprios para copiar comunicados de paróquias, partidos ou movimentos políticos e outros maiores, que uma secretaria governativa não desdenharia.
O homem conhecia já as novas tecnologias, sim senhor. Questionava as possibilidades, cofiava o bigode, sorria, perguntava preços. Tornava-se evidente que o senhor Silvestre já tinha andado no Norte a distribuir catálogos e a falar da vantagem da compra naquela empresa.
- Talvez este mais pequeno e barato sirva para os vossos serviços – apostou o senhor Silvestre, levantando a tampa da máquina e mostrando o vidro, enquanto volteava a resma de papel, para que as folhas se soltassem, evitando, assim, a humilhação do fracasso. O diabo era mesmo quando as folhas prendiam no interior da máquina, no momento da venda. – É uma câmara pequena (não é?), depois se o serviço aumentar, o senhor presidente compra outra. Vem cá e nós retomamos essa. Está tudo preparado.
O presidente cofiou o bigode, sorriu e perguntou:
- Qual é o mais caro?
O senhor Silvestre sorriu gloriosamente e apontou-lhe o último modelo a toner – uma máquina japonesa grande, brilhante, sedutora.
- Vai esse mesmo – e piscou os olhos ambiciosos.
- Tratem da guia de remessa. - ordenou o patrão, enquanto saía da loja com o presidente, para discutirem negócios.
Rui olhou para o senhor Sousa, estupefacto:
- Nem perguntou se era a melhor, as características…
- Para quê? – sorriu trocista e manhoso o homem experiente – Trata é da guia de remessa. E não te esqueças de guardar a cópia do valor de intermediário na pasta. São dez por cento.
As fichas do Rui
- Para que é isso?
- Para não me esquecer. Está descansada, que não denunciarei os teus amigos.
- Meus amigos, quais?
- Os laranjas, ora quem haveria de ser? Esses fulanos que de dia são apoiantes do governo autonómico e à noite colocam bombas e pintam paredes de azul e amarelo, o Cristiano e os outros, esses que ganham as eleições metendo medo ao povo com o papão do comunismo, mas não dizem a verdadeira razão por que querem o poder, nem eles nem os padres que os apoiam, pedindo nas igrejas que votem no partido das setinhas apontando para o céu. Vê como colaboram no Jornal da Madeira. Sabes, desconfio que escrevem nessas folhas de beatas os mesmos que à noite gatafunham o Zarco, esse pasquim ascoroso dos flamistas.
- Rui, estás a tornar-te mais radical que o próprio Mário. Agora és esquerdista?
- Não, não quero saber de partidos, mas começo a enojar-me com toda esta hipocrisia.
Luísa passou-lhe a mão pela cabeça, acalmando-o, pegou nas folhas e leu:
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
Frases de bolso do discurso totalitário
O Carnaval é obra de todos os madeirenses!
As pombinhas no ar são um sinal de que todos os madeirenses desejam a paz no Mundo!
Madeirenses, acendam as luzinhas no Fim do Ano. Transformemos o nosso anfiteatro no grande postal da Madeira!
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
FUNCHAL
as pequenas casas de todas as cores
os campos de vinhas e cana de açúcar os pomares entre maio e agosto
dizes:
eis a tua cidade
a de zarco e colombo
as ruas tão inclinadas como o sol dos invernos profundos
os carros de cestos os caminhantes da encumeada.
eis-te no centro de tudo e os navios parados.
amo o outono nesta cidade com todas as viagens sem chegada.
na véspera já amara as verdes montanhas de leste
as chuvas abundantes
machico entre os seios de ana d'arfert.
depois voltei para sul e amei-te quando cantavas.
séculos antes navegadores de portugal deram-te um nome e era funchal.
depois queimaram as árvores e o mais alto incêndio era uma ilha.
escravos errantes pararam o sol e à volta serenamente e com paixão
espalharam o verde e o azul.
nunca cantaram o bailinho.
hoje
solitários e ébrios trabalham a pedra a beleza a FOME e o TURISMO.
tu
envolta nas lendas e no sonho surgiste devagar e devagar
deste-me os mais belos frutos e os mais estranhos
as pitangas os araçás os maracujás e as romãs da primeira primavera.
eras mulher e quis chamar-te joana d'arc no outono de uma
cidade surpreendida.
foi então que vi a morte aproximar-se vinda do horizonte e cobrir o
pôr do sol das tuas tardes
vi morrerem a água a luz a leve sombra da palidez da tua fronte
vi as aves marítimas seguirem para longe em voo raso
e pela última vez
definitivamente só
eu amei o outono nesta cidade.
José Agostinho Baptista, in deste lado onde
terça-feira, 31 de julho de 2007
Ainda o Congresso do PS-Madeira
e) O PS-Madeira irá propor a Revisão do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira, mas uma revisão minimalista, adequando o texto às mudanças constitucionais entretanto verificadas, como é o caso da substituição da figura de Ministro da República pela de Representante da República, mas sobretudo tendo em conta o ponto referente às incompatibilidades, de modo a impedir a obscena situação de vermos alguns eleitos a decidirem em proveito dos seus próprios interesses, que sobrepõem ao interesse público, desonrando, deste modo, a sua função política;
f) O PS-Madeira lutará pela libertação dos funcionários públicos, para que deixem de ser funcionários do Governo, assumindo a grandeza pública da sua função não partidária:
g) O PS-Madeira bater-se-á, nos diferentes concelhos, pelo respeito pelos PDM, ainda que estes devam ser revistos e actualizados. Indicia crime ou favorecimento invocar-se interesse público para o desrespeito destes planos municipais;
h) Se os territórios da Madeira e Porto Santo são espaços limitados, a Região Autónoma possui um imenso espaço marítimo, fonte de enormes recursos económicos, que é preciso potenciar. Por isso defendemos uma aposta efectiva na investigação dos recursos marinhos e de todas as potencialidades do mar.
XIII Congresso do PS-Madeira
Trauliteiros
quinta-feira, 26 de julho de 2007
E todos engolem?
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Nervos à flor da pele
terça-feira, 24 de julho de 2007
O jardinismo é um salazarismo
Sexta-feira, Julho 20, 2007
O jardinismo é um salazarismo
Eu sempre achei que sim. No Portugal dos Pequeninos, implica-se isso mesmo:
«Gostava que fosse possível desenvolver um pensamento institucional neo-salazarista, sem complexos e sem os melros do costume. Quanto a partidos, os que existem, chegam e sobram, embora preferisse uma espécie de "UMP" portuguesa que substituisse toda a direita actualmente visível e sempre em bicos dos pés. (...) A rever-me nalguma coisa, só no PSD-Madeira que, infelizmente, não é transponível para este quadrado».
O que distingue Jardim dos seus antepassados ideológicos é estar condicionado por um regime democrático. Todavia, tem testado os limites e equilíbrios da democracia e do Estado de Direito muito para além do que se considera aceitável na Europa a oeste de Varsóvia. Em certas ocasiões, não se tem sequer coibido de intimidar adversários políticos.
Etiquetas: classificações políticas, extrema-direita
Um artigo de Ricardo Alves