"Quando alguém como Fernão Freitas, do PS Madeira, porventura o principal estudioso do estatuto autonómico, defende a tese de que a Madeira deveria ser um Estado federado, com o alargamento indefinido e incontrolado dos poderes regionais, confesso que fico absolutamente atónito. Porque, no fundo, isso quer dizer que mesmo entre a oposição madeirense (não sei se por pura demagogia, se por total irresponsabilidade, se por cobardia e receio de passarem por "traidores à Madeira") há quem se predisponha a fazer o jogo do jardinismo e não extrair nenhumas lições do passado e da perversão que tem vindo a corromper essa bela ideia de autonomia. Em qualquer caso, a tendência para fazer prevalecer a ideologia e a teoria sobre a realidade e sobre a prática, como me parece ser o caso de Fernão Freitas, mostra até que ponto existe ainda entre algumas pequenas elites regionais uma incapacidade de reflectir sobre a história da Madeira desde o 25 de Abril e tirar daí as necessárias conclusões."
Vicente Jorge Silva, in O Comércio do Funchal e a Autonomia, 2006
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