No Centro Cívico da Ponta do Pargo está patente uma exposição do mestre violeiro Carlos Jorge Rodrigues.
Talvez porque conheço bem a obra de Carlos Jorge Rodrigues e a sua oficina, não gostei muito da exposição.
Em primeiro lugar, uma grande mesa oval e algumas cadeiras, que nada têm a ver com a exposição, estão colocadas no meio da sala, em desrespeito pela obra exposta.
A exposição é composta por várias fotografias, em cartazes explicativos do processo de construção. As fotos e os cartazes têm qualidade e poder didáctico. Além disso, encontram-se na exposição ferramentas e madeiras, além de pedaços de violas e rajões, de forma a enterder-se o processo construtivo. Tudo muito bem, embora se esperasse mais alguns exemplares dos instrumentos.
A grande falha é a ausência de vida na exposição, que talvez exigisse a presença do violeiro, ou pelo menos de outra presença humana: a música dos instrumentos.
Como não havia catálogo nem folheto, como não havia quem dissesse alguma coisa sobre a exposição, como não havia livro onde se pudesse comentar a experiência da visita, não houve hipótese de comunicação entre o artista e o visitante.
Não seria melhor publicar em livro, onde se registasse o processo de construção de violas e rajões da Madeira para a posteridade?
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