segunda-feira, 30 de junho de 2008

Local da Festa da Liberdade

Um título ambíguo do "Diário de Notícias" levou a que muita gente presumisse que o PS-M mudaria o local da Festa da Liberdade.
O jornalista responsável pelo título afirmava que PS mudaria a Fonte do Bispo. Esse título é a redução da ideia PS-M muda o formato da Festa da Fonte do Bispo. Penso que seria do mesmo jeito se o PSD entendesse mudar algumas coisa na sua Festa do Chão da Lagoa.
Naturalmente entendi não perder muito tempo com este assunto, porque os critérios jornalísticos muitas vezes privilegiam a ambiguidade vendável em detrimento da objectividade. Basta ver o título com que saiu a entrevista a João Carlos Gouveia ontem publicada. Por outro lado, se as pessoas entendem ler apenas os títulos e daí deduzirem o conteúdo dos artigos, que se pode fazer? Porém, ao ver a postagem de Filipe Malheiro do dia 20 do corrente, fiquei boquiaberto pela ignorância. Filipe Malheiro contentou-se em ler o título sem interpretar a ambiguidade ou quis, por questões partidárias, ajudar à confusão?
Que fique claro: A Festa da Liberdade realizar-se-á na Fonte do Bispo, 31 de Agosto.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Não é assim

Tenham paciência, mas discordo.
Não é falando dos vencimentos de AJJ (que não são nenhuma fortuna), muito menos multiplicando por meses e por anos, para dar redondos zeros, que se faz oposição. Parece-me mesquinho. Bem sei que essa tem sido uma das armas dos que se opõem aos governos socialistas na República, mas fica mal a todos despertar instintos maldosos. Não é assim.

Gargalhada

No tal programa de jornalistas, quando Nicolau Fernandez, que estava bem informado, explicou que os responsáveis pela Junta de Freguesia de Gaula, enquanto PS, sempre tiveram o total apoio da actual direcção do PS-M, ouviu-se uma gargalhada de outro jornalista. Sem rosto, sem carácter.
O que interesse é rebaixar, enxovalhando.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Gaula ainda

A derrota em Gaula foi pesada, mas tinha que ser.
Ter abdicado da disputa eleitoral, apoiando os falsos independentes como fizeram outros, só porque não tinham hipóteses de ganhar, seria cobardia política.
Há derrotas marcadas na pele dos grandes vencedores.
Os derrotados, para além dos falsos independentes, não foram João Carlos Gouveia nem a sua direcção. O PS foi derrotado e conhece-se os responsáveis por essa derrota. Sabemos onde estão, sorrindo por detrás das cortinas, com o sorriso do costume.
Há derrotas que podem garantir vitórias futuras. Por outro lado, o silêncio significaria pousar os braços e entregar as armas antes de qualquer escaramuça, muito antes das grandes batalhas.

Renúncia

Filipe Sousa já anunciou renúncia em Gaula. Afinal só ficaria na Junta se o seu PPG ganhasse. Entregar-se-ia "de corpo e alma". Mas alguém ainda acredita que ele trocaria a vereação na Càmara pela freguesia? Mas porque não disse isso antes aos gauleses. Como é que justifica, a partir desta atitude, o que afirmou (que "os interesses partidários muitas vezes se sobrepõem à resolução dos problemas da população") ? E os interesses pessoais? Independente de quê? Como critica os partidos alguém que mostra o que estes têm de pior?
Sobre o Filipe Sousa, tenho dito.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Coligações

Alguns partidos, impedidos, devido à teia em que se enredaram durante trinta e tal anos, de crescer eleitoralmente pela conquista do eleitorado que vota PSD, vivem preocupados em conquistar eleitores no campo socialista. Legítima defesa da sobrevivência!
O BE soube, a nível nacional, defender propostas inovadoras, algumas delas fracturantes, que fizeram atrair a militância e o voto de muitos jovens contestatários do cinzentismo em que se tornou muitas vezes o centrão político.
Aqui na Madeira, porém, porque o BE pouco ou nada acrescentou à visão tradicionalista e cristalizada de uma esquerda marxista-leninista (ex-estalinista e ex-maoista) que cresceu no seio da FEC-ML e no convívio entre os seus filhotes PCP- R e UDP, porque as pessoas eram as mesmas, o voto de uma possível nova esquerda ficou guardado nas gavetas da abstenção.
A UDP (implicitamente o BE), porque acredita que todos os movimentos autonomistas têm carácter libertador; porque acredita que a autonomia regional resulta da vontade do povo, como classe revolucionária, nunca compreendeu realmente o carácter populista do PSD e das suas teses autonomistas.
O PSD-Madeira sabe-a toda, desde sempre. Tornou-se rapidamente no Partido do Povo, e melhor que tantos outros pelo mundo fora, porque compreendeu que só ligado à religião poderia crescer e perdurar nas almas populares. Só assim poderiam ser perdoados os pecados venais, mortais e capitais. Encabeçou um movimento de libertação também. Deu emprego a rodos ao seu povo: a paz, o pão, saúde, habitação. Estatizou a economia. Privilegiou os seus, os que tinham o cartão do Partido, numa aproximação ao tão querido sistema marxista-leninista do partido único, da ditadura do proletariado, a expressão controlada, os direitos chantageados, mais um Pravda e um Ezvetzia, e o aparelho do partido, a nomenklatura e as datchas.
O PSD-Madeira sabe-a toda, e a UDP (O BE) perdeu-se, falando às vezes de um regime que perseguia as pessoas e outras vezes como se vivêssemos numa democracia normal. Tantas e tantas horas vez coro com o PSD-M quando se tratou de atacar os socialistas, quando estes se encontravam no governo da República. Perdeu-se, ficando reduzida à caixinha de reclamações que levava aos que iam ficando à margem deste "processo revolucionário".
O PS-Madeira realizou, em Setembro último, uma convenção, na qual foi votada por larga maioria uma proposta, que não a Direcção, propondo a procura de soluções eleitorais que não desprezasse coligações que irmanassem opositores ao regime.
A Direcção do PS-M reuniu-se com todos os partidos da oposição ao PSD. Com nenhum se comprometeu, de facto, com coligações, mantendo portas abertas (excepto com o MPT, que não se apresenta como opositor) ao diálogo. Porém torna-se evidente que ninguém de bom senso pode unir-se a partidos que, após esses contactos, continuam a fazer do Partido Socialista o principal território de conquista eleitoral, como se realmente vivêssemos na Madeira uma democracia normal numa sociedade aberta.
O caso de Gaula é paradigmático e anda muita gente a fingir que não vê: o Filipe Sousa foi um bom autarca, sob a bandeira do PS-M e com todo o apoio deste partido, que tanto lhe deu para as suas acções junto dos gauleses. Porém, bons autarcas éxistem em todos os partidos, inclusivamente no PSD. Mas agora o que o Filipe Sousa não quer é combater mais o PSD, como é bom de ver no seu posicionamento e nos seus colaboradores. O PS-M só poderia fazer coligações com quem quiser assumir-se opositor a este regime e não como opositores ao Partido Socialista.
Continuará a UDP a não encontrar matéria de combate na actividade política do PSD-M e sua governação?

A BOLA

A BOLA foi o meu primeiro jornal. A BOLA grande, como o "Norte Desportivo" ou o "Mundo Desportivo", imensa de vermelho. Criança ainda, parava nas bancas para ler-lhe os títulos, olhar-lhe as formas, imaginar o interior. Esperava que algum comprador, impaciente, folheasse.
Mais tarde, rapazinho ainda sem os tostões para comprá-la, lia-a à noite, emprestada pelo sr. Jorge, que a tratava com cuidado, sabendo do meu desejo. Lia tudo, até os anúncios. E conheci grandes jornalistas, grandes escritores mesmo como Vítor Santos, Homero Serpa, Carlos Pinhão, Carlos Miranda e Alfredo Farinha.
Aprendi muito sobre o Mundo (Geografia e Sociedade) em muitos textos desses e doutros jornalistas. Quando acompanhavam clubes e selecções pelo Mundo falavam do que viam e do que conheciam, fazendo, tantas vezes, o contraponto com a vivência portuguesa.
A qualidade dos textos era notável e, porque lia com paixão, aproveitava tudo. Não esqueço como conseguia orgulhosamente mostrar aos meus professores de Português o conhecimento de alguns vocábulos aprendidos na designada Bíblia do jornalismo desportivo português.
As antevisões às jornadas fascinavam-me, principalmente as de Alfredo Farinha. Aí aprendi e decorei a minha primeira expressão latina, que o autor traduziu logo: Et quoque aliquando dormitat bonus Homerus, de vez em quando o bom Homero também adormece, ou como vou traduzindo às vezes, de vez em quando o bom Homero também bate a sua soneca.
Depois A BOLA foi-se "modernizando", cedendo à pressão dos tempos, reduzida a metade, sem sujar os dedos, com grandes parangonas, frases feitas e muita, muita fotografia. A última transformação tornou-a mais branca, envergonhada do seu sangue original.
Compro-a agora algumas vezes, principalmente às terças-feiras, para ler Miguel Sousa Tavares, sempre polémico e contundente, e também Jorge Olímpio Bento ou Luís Freitas Lobo, que sabe muito de futebol e suas tácticas. Hoje tive uma agradável surpresa: uma crónica de um autor que desconhecia, Miguel Cardoso Pereira, intitulada "A inexistência suíça". Voltarei a ela.

sábado, 14 de junho de 2008

Microfísica do Poder

Para Lichel Faucault, o poder não tem uma só fonte nem uma única manifestação, mas imensas formas. Quando um grupo social se apropria dos mecanismos reguladores de determinada manifestação, põe-na ao seu serviço e elabora uma estrutura que se aplica a potenciais dominados. Cria-se um discurso apresentado como "natural" e procura-se impedir as possibilidades de aparição de outros discurso.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

AJJ em Gaula

Em Gaula, AJJ falou mais do mesmo. Sobre estas eleições nada. Sobre tornar as eleições para a Assembleia da República mais um plebiscito, o comum.
Os Açores possuem Autonomia. Os Açores têm um governo regional que governa, que decide, que age em favor dos seus cidadãos.
O Presidente do Governo Regional dos Açores usa a diplomacia política para negociar bem, sem chantagem nem arruaça. O Governo Regional dos Açores usa a regionalização das suas finanças para beneficiar os seus açorianos, com impostos mais baixos. O Governo Regional dos Açores nunca defendeu liberalização dos transportes aéreos.
O Governo Regional da Madeira, que ataca medidas de Sócrates, na teoria, aproveita na prática todas as que lhe dão mais meios para beneficiar a sua clientela.
O Governo Regional da Madeira usa a Autonomia apenas para se opor às leis que significam avanços civilizacionais, como a do tabaco.
O Governo Regional transformou-se num mero aparelho partidário anti-Sócrates.
O Governo Regional transformou-se num sindicato.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Grace Mugabe

Leio no "Público" que Grace Mugabe aproveitou a cimeira sobre a fome para gastar 80.000 dólares em compras na capital italiana.
Sinto-me mal disposto, nauseado.

Holanda-Itália

Grande intensidade neste jogo entre duas equipas que podem ganhar o Euro. O melhor jogo deste campeonato havia sido o Portugal-Turquia, com uma bela exibição portuguesa, com CR muito bem, jogando colectivamente. Depois da mediocridade so Suíça-República Checa e do Áustria-Croácia, o Alemanha-Polónia também foi um jogo bonzinho, com os tedescos a mostrarem qualidades para chegarem longe.
Agora este Holanda-Itália está a ser espectacular. Antes do primeiro golo, já a bola rondara perigosamente as duas balizas, com a Itália estranhamente a assumir o jogo. Enquanto escrevo assisti já aos dois golos da Holanda. Pena que o primeiro resultado de um fora de jogo de todo o tamanho. O segundo é espectacular, fruto de um bom contra-ataque. Isto promete mas são duas equipas que metem medo.

Coligação em Gaula

Em Gaula, cada vez é mais latente uma coligação estranha entre o Grupo dos Sousas, o CDS/PP e o Bloco de Esquerda. Cada vez se torna mais evidente que o auto-designado grupo de independentes é uma mistificação de independência.
O CDS/PP, sem capacidade de concorrer, por falta de apoios na freguesia - tal como o BE, naturalmente -, arranjou um argumento cómico, pela boca de José Manuel Rodrigues. Este vai procurando fazer de Filipe Sousa um anjo, que abdica de tudo, que prejudica a família para servir os gauleses. Exemplifica com uma pérola: o Filipe abdicou do dinheirinho que receberia do Estado, como presidente de junta, para dispor dessa verba para as necessidades da Junta.
O que José Manuel Rodrigues não diz nunca é que o Filipe Sousa recebia na altura o seu quinhão como deputado, portanto o resto era um troquinho. Também não diz que o Filipe Sousa prepara pelo menos há um ano esta situação mas que nunca abdicou, para se promover politicamente, da carrinha que o PS lhe colocou à disposição. Não diz José Manuel Rodrigues que, mesmo depois de começar a preparar a candidatura como "independente", continuou a usar os recursos do Partido Socialista para as suas acções junto do "seu" eleitorado, na freguesia e no concelho.
O que José Manuel Rodrigues não diz, porque talvez não saiba, é que Filipe Sousa garantia já ter assegurada a verba para ajudar na tal proposta dos medicamentos, mas não a aplicaria em Gaula enquanto o Nazário fosse presidente, e que até seria capaz de aplicar essa verba em Água de Pena (talvez para bem do seu querido povo de Gaula).
O que José Manuel Rodrigues não consegue explicar, porque não pode, como é que o candidato a presidente, o mano Élvio de Sousa, estando no elenco da Junta da qual se demitiu, nunca propôs nem ofereceu os meios que o irmão conseguira para ajudar nos tais medicamentes.

Mais cores

Em Gaula, o grupo dos Sousa anda de um roxo quase à banco. Com um pouco mais de azul seria violeta, cor de sedução feminina. Com um pouco mais de azul, disse eu.

Belas cores

A minha terra está belíssima assim, com as bandeiras verde e vermelhas de Portugal a flutuarem em todas as varandas.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Textos e contos

A amsf, agradecendo as suas visitas, sempre estimadas, devo informar que as ditas "fichas" são matéria bruta de um romance que transporto há muitos anos, sobre o período pós-25 de Abril na Madeira. Falta polir arestas, mas agora ainda estou à espera da publicação do meu livro de contos, com uma editora a prometer-me há mais de um ano que irá publicar a obra.
Ao meu caro "Espínola", agradeço também a visita. Naturalmente deixei livre as opiniões dos outros. Até agora os comentadores deste espaço têm sido correctos no trato, concordando ou não com o que escrevo, e assim é a democracia e a liberdade. Certamente a alguns aplicaria negativa, paciência. Mas cuidado, "Espínola", que, no seu comentário, há uma vírgula desnecessária.