quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Poder de decisão

Entre a espada e a parede se vêem os grandes homens, alguns heróis diríamos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Omo

O Omo lava mais branco!
Parece que toda a gente começa a ficar preparada para aceitar o branqueamento da corrupção na Madeira.
Entretanto alguns comentadores, desta e outras esferas, vão dizendo que os políticos deviam era falar de política. Quando Cavaco falou do tema, de que é que falava? Quando Cravinho falou do tema de que é que falava? Quando o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (?) falou do tema de que é que falava?
E o dinheiro envolvido na corrupção não debilita as finanças públicas resultantes dos nossos impostos? E então o que é isto?
E as pessoas e empresas preteridas quando há "negociatas" não são realmente prejudicadas? E então o que é isto?
E as propostas de defesa do Estado de Direito e reforço dos meios do Estado na Região não são política?
E o reforço dos meios policiais e de Justiça na Madeira não é política de defesa dos cidadãos perante a criminalidade crescente?
E a iniciativa legislativa de aumento do subsídio de insularidade para 15% para todos os funcionários públicos, para alavancagem do comércio e da economia não é política?
E o ataque aos monopólios não é política?
E a recusa do novo estatuto do Representante da República e até do cargo, actualmente ocupado por alguém que chama os madeirenses de provincianos não é política?
Falem-me de política, digam-me o que é política, venham fazer a vossa política, para ver se eu a compreendo!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

bonecos tontos

O "cartoon" do Jornal da Madeira, um jornal que se prepara para assumir que ninguém o compra, falho de ideias, encontra apenas dois alvos das suas pseudo-piadas: ou o Diário de Notícias ou o Partido Socialista. O boneco de hoje mostra como os seus responsáveis possuem limitações interpretativas, pois o que o líder do PS-Madeira fez, em relação a Eanes, Melo Antunes e Jaime Neves, não foi um ataque, foi o contrário.
João Carlos Gouveia disse: "Melo Antunes e o "grupo dos nove", Ramalho Eanes e Jaime Neves venceram, porque foram determinados e, acima de tudo, porque confrontaram militarmente aqueles que quiseram fazer do 25 de Abril um processo revolucionário com o objectivo claro de implantar uma ditadura comunista em Portugal".
João Carlos Gouveia elogiou a determinação e a defesa da Liberdade e da Democracia realizada pelos militares referidos.
Ou quem escreve para os bonecos é mesmo ignorante, o que não acreditamos, ou se resume a uma estratégia de difamação e aldrabice paga pelo dinheiro de todos os contribuintes, a favor de um poder e de um partido político, que todos sabemos qual é.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

E agora?

O meu último "post" falava dos olhos fechados, sem imaginar que algo tão terrível estava acontecendo no Pizo.
Lamento, e lamento que se continue a fechar os olhos e a assobiar e a acusar outros de inimigos da terra e de fundamentalistas e de catastrofistas.
Tenho dito!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Fechemos os olhos, fechemos os olhos

O que acontece com os números da pobreza na Madeira segue o princípio de disfarçar os reais problemas da nossa Região, para que ela continue a ser percebida como um oásis deste País. Já foi assim quando foi denunciado o fenómeno da pedofilia - a denuncia foi entendida como ataque à Madeira ou a Câmara de Lobos, de modo mais particular. É assim quando se denuncia a iliteracia, o elevado índice de alcoolismo, a proliferação da droga, o aumento do desemprego ou o crescente fenómeno emigratório. Mostrar o que vai mal significa, para o Poder, atacar a Madeira e os madeirenses. Melhor será andar de olhos fechados, ou olhar para o lado.
Para muitos, a criminalidade é normal, apesar de tudo. A semana passada ouvi uma gritaria ali no Largo de São Paulo e dois matulões passaram ao meu lado em corrida desenfreada. Pouco depois, umas mulheres em corrida antecediam, tentando a perseguição, um turista que vinha resfolegando. Os matulões tinham acabado de roubar a carteira ao infeliz turista, que esfregava a cabeça. Só depois percebi o motivo pelo qual ele a esfregava desesperadamente: tentava perceber se o que lhe acontecia era real ou apenas um fenómeno psicológico.

Selecção de Futebol apurada

A Selecção de Futebol apurou-se para a fase final do Europeu, mas, mais uma vez, num jogo em que a equipa parece ter jogado para o mínimo exigível, do ponto de vista do resultado.
Mais uma vez, Scolari, que tem um plantel de luxo ao dispor, pareceu tomar os portugueses por tolos, ripostando com ar superior na conferência de imprensa.
Não há movimentações dos jogadores, não há dinâmica de grupo, e há atletas, como Cristiano Ronaldo ou Quaresma, que parecem jogar sozinhos, como se a equipa não tivesse treinador.
Mais uma vez nos valeu a Nossa Senhora do Caravaggio! Resta saber se na fase final Scolari não encontra pela frente treinadores com nossas senhoras mais poderosas.

Futsal, para variar

Para variar, hoje apetece-me falar de Futsal, não do Campeonato da Europa e do que prevejo que vai acontecer à nossa selecção da medrosa posse de bola, mas do Campeonato Regional, que teve sábado passado a 1ª jornada.
Os meus Amigos começaram com uma excelente vitória, isto é, três pontinhos importantes numa equipa que vai lutar pela permanência até ao fim, como na última época, com este escriba como treinador.
Foi injectado muito sangue novo no grupo, algum dele já desperdiçado. A ideia era renovar uma equipa desgastada. Veremos se há coragem e disponibilidade para um trabalho que deverá produzir frutos mais para a frente, tal como aconteceu com o Nacional a época passada.
Para já. o resultado foi bastante melhor do que a exibição. Veremos no próximo Sábado, no Caniço, quando os Amigos defrontarem o Marítimo, que goleou o Câmara de Lobos por 7-1.
Surpresa da jornada foi o Pontassolense, que foi à Camacha empatar o 1º de Maio (1-1). Na Ponta do Sol vive um grupo que luta durante todo o jogo e um atleta (nº13) que joga que se farta, diabólico no contra-ataque.
Na 2ª divisão, o União surpreendeu pela negativa. Com uma equipa cheia de vedetas, cedeu um empate perante o Académico que só agora se iniciou nestas lides.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Um livro para cada recém-nascido

Estive lá e também ouvi o Secretário da Educação e Cultura falar da iniciativa governativa de oferecer um livro a cada recém-nascido! Que lindo, que poético!
Pouco depois, uma professora foi ainda mais além e propôs que fosse oferecido um livro com a criança ainda no ventre! Que poético, que lindo!
Já agora, se a Secretaria oferecesse também uma pintura, ou uma gravação musical? Qual seria a música ideal: electrónica, para os miúdos se habituarem desde já às "raves" e às "partys", jazz, clássica, rock, pop ou pimba?
E os livros? Que escolhas fará a Secretaria? Oferecerá já Herberto Helder ou ficará por Isabel Fagundes, pela Irmã Benvinda ou pelas histórias dos peixinhos e dos lobos marinhos?

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

E a terra continua silenciosa

O "Diário de Notícias" de ontem alertava para o facto de nos últimos anos o betão ter feito desaparecer um terço dos terrenos agrícolas. Toda a gente já reparara nisto, mas não era politicamente correcto apontar o pecado: o batão e o alcatrão afogam a terra, que desaparece ou deixa de respirar.
Até a oposição tem dificuldades em falar deste assunto, se não meter o Turismo no meio. De facto, nenhum turista vem visitar um espaço dominado pelas vias rápidas e pela construção sem controlo nem respeito pelo ambiente, por mais baratas que sejam as viagens nesses "lau costes" patrocinadas novamente pelos impostos de todos nós, os que têm interesses nos negócios e os que nada ganham com esse turismo baratinho. Mas até aqui todos vão pelo discurso, agora... dar voz à terra incapaz de gritar só podia ser desespero de frustrados, de incapazes de aceitarem o desenvolvimento, de velhos do restelo, de pelintras, de tontos, de idiotas úteis, de malandros e dessa malta toda que é incapaz de ver o rumo para onde nos leva o Grande Líder com todos os seus guardas de livrinhos vermelhos na mão.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Separatismo

Desde a minha intervenção na FALA que venho denunciando a cultura separatista dominante no PSD-Madeira e que é visível nas palavras e actos de responsáveis de cargos públicos ligados ao Poder regional.
Alguns políticos de diversas áreas não percebem do que se fala, o que é normal; outros fingem que não percebem, o que é normal; outros têm terror de falar no assunto, que percebem, o que é normal.
O que não é normal nem aceitável é que pessoas ligadas à linguagem e à comunicação viessem constantemente a apelidar de anacronismo passadista (com outras expressões) a denúncia o carácter separatista de pseudo-autonomistas, quando os sinais estão todos transmitidos, desde a imposição da bandeira azul e amarela semelhante à da FLAMA nos mastros e no imaginário. Como não se percebia o que se passava e aonde se queria chegar quando não cessaram as bombas após a eleição do I Governo Regional?; quando pessoas ligadas à FLAMA ocuparam lugares de destaque no Poder regional? quando o Drumond acabava os seus estapafúrdios textos no Jornal da Madeira com "a palavra vencerá?" (A palavra no Parlamento, na Comunicação Social, na Cultura, nas escolas...); quando constantemente se fala de colonialismo?; quando se fala de Portugal como outra identidade, estranha à Madeira?; quando se inventam e repetem torneios em que a Madeira joga contra Portugal?; quando se repete a ideia de criação de uma federação de futebol própria para disputar competições internacionais? quando se eleva a herói todo o bicho careta enrolado numa bandeira azul e amarela?, quando se fala numa literatura madeirense e numa cultura madeirense e num povo madeirense?
Ah, era passado a FLAMA? Era passado tudo o que se passou em recentes eleições em São Vicente? Era passado as reuniões gastronómicas que os separatistas continuam realizando? Era passado o que o Presidente do Governo Regional se fez sócio nº 1 do FAMA? Era passado o que o Drumond diz agora?
E ainda não perceberam quando se diz que a Madeira ainda não é independente? E ainda não perceberam quando o Jaime Filipe Ramos e outros dizem que ainda não é tempo de se falar disso? E ainda não perceberam o que está em causa quando tantos outros por aí vão afirmando que a Madeira não tem condições económicas para ser independente, como se tudo estivesse subordinado ao cacau, ao money, honey, ao money, mister, please, ó velha cultura da pedincha, ó velha cultura das rotundas!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Dúvidas (?) de Filipe Malheiro

Filipe Malheiro, no seu blogue que acompanho sempre que possível, dá conta de um boato de que João Carlos Gouveia pensou em demitir-se da liderança do PS-M. Se ouviu, espalhou um boato. Pior ainda, afirma que, conhecendo JCG não se admiraria com essa acção. Mal conhece então...
João Carlos Gouveia nunca sonharia sequer essa hipótese. Mais ainda: nada do que se passa no PS-M de hoje é encenação teatral, seja farsa, comédia ou tragédia. Devem Filipe Malheiro e todos os Madeirenses levar a sério as nossas propostas e estratégia.
O Presidente do PS-Madeira e todo o seu Secretariado apelaram à abstenção, por agora. Os deputados não cumpriram a vontade politica do PS-Madeira. Exerceram um direito. Os cidadãos madeirenses estão a julgá-los novamente, embora sem o exercício do voto. Basta encostar o ouvido... O que está em causa, neste momento, não é a credibilidade da liderança de João Carlos Gouveia, que tem agido de acordo com as estratégias aprovadas no Congresso e na Convenção. Vivam outros com a mesma paz de consciência.

Voto dos deputados

Eu nunca acreditei que estes deputados se comportassem de outro modo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Sermão do Bom Ladrão (III)

"... o verbo rapio [roubar] na Índia se conjugava por todos os modos. A frase parece jocosa em negócio tão sério; mas falou o servo de Deus como fala Deus, que em uma palavra diz tudo. (...) O que eu posso acrescentar, pela experiência que tenho, é que não só do cabo da Boa Esperança para lá, mas também das partes daquém se usa igualmente a mesma conjugação. Conjugam por todos os meios o verbo rapio; porque furtam por todos os modos da arte, não falando em outros novos e esquesitos, que não conheceu Donato nem Despautério. Tanto que lá chegam, começam a furtar pelo modo indicativo, porque a primeira informação que pedem aos práticos, é que lhe apontem e mostrem os caminhos por onde podem abarcar tudo. Furtam pelo modo imperativo, porque, como têm o mero e misto império, todo ele aplicam despoticamente às execuções na rapina. Furtam pelo modo mandativo, porque aceitam quando lhes mandam; e para que mandem todos, os que não mandam não são aceitos. Furtam pelo modo optativo, porque desejam quanto lhes parece bem; e garantindo as cousas desejadas aos donos delas, por cortesia sem vontade as fazem suas. Furtam pelo modo conjuntivo, porque ajuntam o seu pouco cabedal com o daqueles que manejam muito; e basta só que ajuntem a sua graça, para serem, quando menos, meeiros na ganância. Furtam pelo modo potencial, porque, sem pretexto nem cerimónia, usam de potência. Furtam pelo modo permissivo, porque permitem que outros furtem e estes compram as permissões. Furtam pelo modo infinitivo, porque não tem fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes em que vão continuando os furtos. Estes mesmos modos conjugam por todas as pessoas; porque a primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os seus criados e as terceiras, quantas para isso têm indústria e consciência. Furtam juntamente por todos os tempos, porque do presente (que é o seu tempo) colhem quanto dá de si o triénio; e para incluírem no presente o pretérito e futuro, do pretérito desenterram crimes de que vendem os perdões, e dívidas esquecidas de que se pagam inteiramente; e do futuro empenham as rendas e antecipam os contratos, com que tudo o caído e não caído lhes vem a cair nas mãos. Finalmente, nos mesmos tempos não lhes escapam os imperfeitos, perfeitos, plusquam perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam, furtaram, furtavam, furtariam e haveriam de furtar mais, se mais houvesse. Em suma que o resumo de toda esta rapante conjugação vem a ser o supino do mesmo verbo: a furtar para furtar. E quando eles têm conjugado assim toda a voz activa, e as miseráveis províncias suportado toda a passiva, eles, como se tiveram feito grandes serviços, tornam carregados de despojos e ricos; e elas ficam roubadas e consumidas".
Pe. António Vieira, in Sermão do Bom Ladrão

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

RES PUBLICA e jornalismo medíocre

Os jornalistas não são medíocres ou não conforme concordem ou não connosco, tal como acontece com os árbitros, numa qualquer modalidade desportiva. Como em qualquer actividade, há os bons e os outros, os esforçados, porém medíocres ou ainda os inadaptados.
Vem esta introdução a propósito do comentário de Ricardo Miguel Oliveira, acerca da criação do movimento Res Publica.Os mais atentos ao seu percurso jornalístico têm observado como passou de jornalista acutilante e atento para uma zona mais acomodatícia e cinzenta, principalmente a partir do momento em que se tornou comentador económico e quase publicitário de certas actividades económicas na TSF. Na RTP apresenta uma figura pretensiosa, dada a poses de superioridade intelectual perfeitamente desajustada do seu débito verbal. Talvez por andar noutras áreas, talvez pela falta de humildade, transportou para o texto que usamos como referência uma presumida superioridade sobre os políticos e a "partidocracia".
Quando cita Putmam, dá razão aos homens da Rez Publica quando pretendia atacá-los, pois este projecto de intervenção cívica existe pelo reconhecimento da importância da intervenção não partidária. O que os fundadores da associação disseram é claro para todos menos para certos jornalistas que, se não fingem, perderam a noção da sociedade onde vivem e que julgam perceber. Afirmaram que certos políticos possuem condições de acção que o cidadão comum não possui. É claro e suficientemente provado que o Poder totalitário nesta Região não permite a liberdade de intervenção por igual a todos os cidadãos, e que, mesmo assim, pretende levar à Justiça os que se dignarem afrontá-lo verdadeiramente, e não picá-lo apenas eufemisticamente.
Como jornalista, Ricardo Miguel Oliveira não conhece ninguém perseguido, renegado ou vilependiado pela sua livre opinião e afirmação pública? Como jornalista, Ricardo Miguel Oliveira nunca foi, ele mesmo, humilhado, enxovalhado e alvo de chacota? Como jornalista, Ricardo Miguel Oliveira não conhece nenhum cidadão acusado na barra dos tribunais "por difamação" só por expressar a sua leitura política sobre o exercício do poder? Nem nunca viu acusado nenhum colega jornalista, nem um jornal sequer? Ah grande homem que vive na paz do Senhor.

Sermão do Bom Ladrão (II)

"Como levam ao Inferno consigo estes maus ladrões a estes bons reis? - Não por um só, senão por muitos modos, os quais parecem insensíveis e ocultos, e são muito claros e manifestos. O primeiro, porque os reis lhes dão os ofícios e os poderes com que roubam; o segundo. porque os reis os conservam neles; o terceiro, porque os reis os adiantam e promovem a outros maiores; e finalmente, porque sendo os reis obrigados, sob pena de salvação, a restituir todos estes danos, nem na vida nem na morte os restituem."
"Faz questão São Tomás(...) "Aquele que tem obrigação de impedir que se não furte, se o não impediu, fica obrigado a restituir tudo o que se furtou. E até os príncipes, que por sua culpa deixaram crescer os ladrões, são obrigados à restituição; por quanto as rendas com que os povos os servem e assistem, são como estipêndios instituídos e consignados por eles, para que os príncipes os guardem e mantenham em justiça."
Pe. António Vieira, in Sermão do Bom Ladrão